Olímpiadas 2024 mais feminina do que nunca
Para quem ainda acha que esporte é algo masculino, temos aí olhares voltados para grandes atletas como Rebeca Andrade, Raíssa Leal, nossas heroínas do vôlei e o supertime feminino de futebol
Para quem ainda acha que esporte é algo masculino, temos aí olhares voltados para grandes atletas como Rebeca Andrade, Raíssa Leal, nossas heroínas do vôlei e o supertime feminino de futebol
26 de julho de 2024 - 8h34
Você percebeu que nessas Olimpíadas de Paris 2024 temos uma comitiva feminina muito maior do que nos anos anteriores?
Para quem ainda acha que esporte é algo masculino, temos aí olhares voltados para grandes atletas como a Rebeca Andrade, a Raíssa Leal, nossas heroínas do vôlei e o supertime feminino de futebol, que está brilhando e se destacando cada vez mais, entre tantas potências de mulheres e meninas do nosso esporte.
A competição, que acontecerá de 26 de julho a 11 de agosto, terá a maior participação de mulheres em cem anos.
Além do show nas arenas, pistas, quadras e campos, elas estão movimentando o mercado publicitário e direcionando os investimentos das grandes marcas para além de eventos esportivos, que, por sua vez, acompanham o aumento do interesse dos veículos de mídia e, obviamente, o crescimento da audiência.
Essa expressividade ficou evidente na Copa do Mundo feminina no ano passado e deve se repetir com maiores ambições nos Jogos Olímpicos, na França.
Segundo o Comitê Olímpico Internacional (COI), pela primeira vez na história, haverá igualdade total de gêneros nas cotas de vagas em Paris. E o Brasil já começa quebrando um recorde olímpico lindo de se ver.
Com 277 atletas em 39 modalidades, a delegação brasileira também terá maioria feminina pela primeira vez na história. Serão 153 mulheres, o que representa 55% do total — em Tóquio 2020, eram 47%.
No futebol, nossas guerreiras representarão a paixão nacional nas Olimpíadas, ampliando a desconstrução dos olhares para os jogos tipicamente masculinos.
Inclusive, recentemente, a campanha premiada no Festival Cannes Lions, “WoMen’s Football”, da Macel Paris, do Publicis Groupe, para Orange, patrocinadora da Federação de Futebol da França (FFF), usou o preconceito de que mulher não sabe jogar bola e rompeu barreiras.
Para conseguir a audiência masculina e reforçar o posicionamento da marca a favor do futebol feminino na Copa do Mundo de 2023, a Marcel vasculhou mais de 80 filmagens de arquivo da FFF e usou deepfake para colocar rostos de jogadores homens, como Kylian Mbappé, no corpo de algumas das jogadoras do Bleues nos melhores momentos dos jogos.
Na metade do filme, a inteligência artificial é removida e a real identidade das atletas é revelada.
E o protagonismo feminino parece se firmar no Brasil. Em um estudo com moradores das favelas, entre os atletas considerados símbolos na edição do Japão, ficaram Rayssa Leal (skate) e Rebeca Andrade (ginástica artística) no topo no pódio.
Já entre as promessas deste ano, foram listadas Sofia Raffaeli (ginástica rítmica) e Chloe Covell (skate).
O que falta ainda é investimento, tanto nas esferas do esporte amador quanto profissional. Construir espaços esportivos públicos nas periferias, por exemplo, é uma excelente iniciativa de ação de marketing que entrega além de branding um futuro promissor, incentivando jovens da periferia a praticarem atividades em suas próprias comunidades. O que podemos garantir é que sobrarão atletas para estrelarem as campanhas de todas as marcas que se engajarem.
Compartilhe
Veja também
Como as marcas podem combater o racismo na publicidade?
Agências, anunciantes e pesquisadores discutem como a indústria pode ser uma aliada na pauta antirracista, sobretudo frente ao recorte de gênero
Cida Bento é homenageada pela Mauricio de Sousa Produções
A psicóloga e ativista vira personagem dos quadrinhos no projeto Donas da Rua, da Turma da Mônica