Pensamento analítico na inclusão de PCDs no ambiente de trabalho
Como a experiência cotidiana pode impulsionar a inovação e a diversidade empresarial
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1 de dezembro de 2023 - 8h36
Pensar de forma analítica é uma habilidade que se aprimora com o tempo, proporcionando uma visão mais refinada de cenários macro. Para aqueles que nascem ou adquirem deficiências desde jovens, desenvolver essa habilidade torna-se uma prática diária e essencial. Analisar situações aparentemente simples, como uma ida ao banheiro, envolve considerar diversos cenários possíveis e superar várias barreiras.
A necessidade de planejar soluções surge ao considerar a presença de banheiros acessíveis, a falta deles ou a existência de instalações que talvez não sejam verdadeiramente acessíveis. Questões como estruturas mínimas necessárias, envolvimento de terceiros (como obter uma chave de um banheiro trancado ou encontrar alguém disposto a ajudar), tempo estimado para resolver o problema e a definição de KPIs (indicadores-chave de desempenho) tornam-se elementos críticos.
A experiência adquirida nessas situações não só estimula a criatividade, mas também proporciona insights inovadores para projetos muitas vezes restritos a direcionamentos conservadores. Estudos da Harvard Business Review destacam que empresas onde o ambiente de diversidade é reconhecido, os funcionários estão 17% mais engajados e dispostos a irem além das suas responsabilidades e a existência de conflitos chega a ser 50% menor que nas outras organizações.
Contudo, é crucial capacitar a liderança para garantir que colaboradores com deficiência tenham acesso às metodologias e ferramentas da empresa, além de planos de desenvolvimento individual (PDI) coesos, livres de preconceitos capacitistas. Recomenda-se a contratação de profissionais especializados para a capacitação e a revisão abrangente da acessibilidade interna da empresa, desde a digital, do site, por exemplo, até o processo seletivo, passando pelo onboarding e feedbacks.
É importante lembrar que, desde 1 de janeiro de 2023, o direito à Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência, que está previsto no artigo 93 da Lei 8.213/91, foi alterado, e a multa para o descumprimento pode chegar a mais de R$ 300 mil reais. Em caso de reincidência, pode ir a R$ 2 milhões de reais por profissional não contratado.
Investir em acessibilidade e contratar profissionais com deficiências não é apenas uma responsabilidade social, mas também uma garantia legal e uma oportunidade estratégica para o crescimento do negócio.
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