Anatel estrutura sandbox regulatório de IA
Agência experimenta iniciativas supervisionadas de modelos regulatórios que afetam diretamente as telecomunicações
Agência experimenta iniciativas supervisionadas de modelos regulatórios que afetam diretamente as telecomunicações
Meio & Mensagem
3 de março de 2025 - 5h09
Anatel caminha para regulamentação institucional da IA (Crédito: Dee Karen/Shutterstock)
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) caminha para a estruturação de um sandbox regulatório institucional de governança de IA. Ou seja, na prática, trata-se de um ambiente controlado que permitirá testar abordagens regulatórias e normativas de forma segura e supervisionada.
Segundo o conselheiro-diretor do órgão, Alexandre Freire, “a iniciativa possibilitará que a agência avalie, em cenários reais, como diferentes modelos de governança podem contribuir para a transparência, responsabilidade e confiabilidade dos sistemas de IA aplicados ao setor”. A manifestação ocorreu durante evento em Brasília, em fevereiro.
Na ocasião, Freire explicou que a Anatel tem estruturado sua governança sobre o tema com base em “abordagem experimentalista”. Além disso, ele reconheceu que a regulação desse tipo de tecnologia exige “aprendizado contínuo e adaptação dinâmica”.
Um dos investimentos da agência é o IA.Lab, área de pesquisa e experimentação da inteligência artificial. “Tem sido um espaço fundamental para fomentar reflexões sobre os desafios regulatórios e institucionais dessa nova fronteira tecnológica”, disse.
A Anatel também tem o Regulatron entre os usos das tecnológias de IA. Com a ferramenta, é possível automatizar coleta, processamento, visualização e análise qualitativa e quantitativa de anúncios de equipamentos de telecomunicações não certificados veiculados em plataformas online.
Ainda conforme a Anatel, a reavaliação da regulamentação afeta o setor de telecomunicações à luz da possibilidade de uso da IA ao longo de toda a cadeia de valor de prestação de serviços. Uma consulta pública prevista para o 1º semestre de 2026 está entre os projetos da agenda regulatória da agência.
Freire defendeu que ambientes regulatórios experimentais são impulsionadores da inovação e aprimoramento de políticas públicas. Também impulsionam as capacidades de contribuições efetivas para a transformação digital do setor de telecomunicações. Na opinião dele, essa abordagem é fundamental para fortalecer a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
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