Como os modelos de IA estão impactando o marketing
Social listening, extração de insights e hiperpersonalização de campanhas e comunicação são algumas das ações já impulsionadas pela tecnologia
Social listening, extração de insights e hiperpersonalização de campanhas e comunicação são algumas das ações já impulsionadas pela tecnologia
Fernando Murad
4 de março de 2025 - 6h18
Anunciantes já podem processar e interpretar dados em tempo real, personalizando campanhas e automatizando a criação de conteúdos (crédito: Pingingz/Shutterstock)
Áreas centrais para indústrias dos mais distintos segmentos para analisar cenários, indicar tendências e apontar caminhos para as marcas se conectarem com os consumidores, o marketing e comunicação têm se beneficiado do avanço da eficiência de modelos de inteligência artificial (IA).
“Alguns exemplos são social listening apoiado por IA, extração de insigths sobre marcas e produtos e hiperpersonalização de campanhas e comunicação, entre outros. Em termos de possibilidades futuras, modelos multimodais mais eficientes devem expandir essas aplicações já existentes para imagens, vídeos etc.”, afirma Fabio Caversan, vice-presidente global de inovação do Grupo Stefanini.
Modelos mais rápidos, baratos e rodando on-device ou na nuvem estão acelerando e democratizando o uso da IA no marketing. Segundo Cristiano Nobrega, CDO da Totvs, a GenAI trouxe um novo horizonte de possibilidades, onde o output de dados desestruturados dos modelos multimodais, ou seja, modelos de IA capazes de gerar conteúdo em diversos formatos como texto, imagem ou vídeo, estão mudando drasticamente a atuação de agências de publicidade e a eficiência operacional da etapa mais criativa.
“Agora, realmente, a linha entre presente e futuro quando o assunto é marketing e IA, às vezes, parece nebulosa, porque muita coisa que se vende como futurista já está em uso, embora com limitações. O que vem adiante trará um impacto ainda mais dramático naquilo que parece já estar bem resolvido. Por exemplo: ads automatizados em redes sociais ou buscadores já possuem recurso para otimização de lances e definição de público, mas não criam sozinhos peças criativas complexas; recomendação personalizada em serviços de streaming funcionam bem, mas, às vezes, pode ser lenta e muito custosa; automação de e-mail e CRM em plataformas de automation marketing já tem seus fluxos reagindo automaticamente a eventos, mas não geram conteúdo sob medida em tempo real. Essas e outras disrupções certamente ganharão os holofotes nos próximos meses e anos”, projeta o executivo.
A própria maneira de se fazer marketing vem passando por uma revolução, ressalta Marcelo Ramos, CEO da Axway América Latina. Anunciantes já podem processar e interpretar dados em tempo real, personalizando campanhas de forma dinâmica e automatizando a criação de conteúdos sob a demanda do mercado.
“Entre as aplicações mais relevantes gosto de destacar a análise preditiva para entender os comportamentos de consumidores e antecipar tendências; a personalização em tempo real de anúncios, otimizando mensagens conforme o perfil do usuário; e os assistentes virtuais mais avançados, com maior capacidade de compreensão e interação humanizada, como a habilidade de captar emoções em tempo real para ajustar mensagens e interações”, comenta Ramos.
Para o futuro, o executivo projeta a IA trabalhando de forma integrada ao neuromarketing, analisando emoções e reações dos consumidores para criar experiências hiperpersonalizadas. Além disso, teremos modelos de IA descentralizados que poderão operar diretamente em dispositivos dos consumidores, criando experiências imersivas, por exemplo, tornando as campanhas ainda mais rápidas e eficazes.
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