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MWC

Conexão e discrepâncias socioeconômicas globais

Crescimento do 5G em alguns países se choca ao baixo nível de acesso à internet de outros lugares, e empresas discutem as necessidades do setor


26 de fevereiro de 2024 - 14h22

O aumento de ganhos em velocidade característico do 5G ainda parece um vislumbre no horizonte da conectividade, sobretudo em um contexto com 3,4 bilhões de pessoas ainda sem acesso à internet. Por isso, tornar-se necessário rediscutir a busca incessante da indústria pela rapidez e incluir na conversa outros investimentos urgentes, como resiliência e confiabilidade. Representantes de diferentes setores debateram o tema nesta segunda-feira, 26, dia da abertura do Mobile Word Congress (MWC).

Conectividade - 5G - MWC

Empresas de telecomunicações, de infraestrutura e de medições discutiram os desafios do avanço do 5G no mundo (Crédito: Caio Fulgêncio)

Ainda que, inegavelmente, existam outras necessidades, para Adriene Blum, vice-presidente sênior (SVP) de marca da Ookla, a velocidade “é parte da receita” de garantir a melhor experiência do usuário. Dona da Speedtest, a companhia é especializada em diagnósticos de internet, incluindo medição de rapidez de acesso e fornecimento de insights para outras empresas.

A executiva incluiu outros itens na hierarquia de necessidades de conectividade. “É preciso acessibilidade, desempenho, qualidade de experiência, métricas e coisas como o tempo de acesso ao conteúdo e seu impacto”, enumerou. Mesmo assim, no contexto atual, a agilidade acaba tendo peso maior nos negócios. “Muitas decisões de investimento no momento são baseadas nisso e no desempenho, não apenas no espaço mobile, mas também na banda larga”, avaliou.

Infraestrutura

Na perspectiva de produção de equipamentos de rede, Mikko Lavanti, vice-presidente sênior (SVP) para conexões mobile da Nokia, apontou que existem diferenças evidentes no avanço da conectividade. No Oriente Médio, por exemplo, Dubai está na vanguarda do mundo inteiro em termos de 5G, com investimentos maciços em 5G Advanced e 6G. “Trata-se, portanto, de velocidade, mas, claro, que também é sobre qualidade e serviços”, defendeu.

Por outro lado, segundo o SVP, a África tem em torno de 15% de tráfego em 5G, apesar do estágio avançado em megacidades como Joanesburgo. Em outras palavras, para ele, é evidente que existem questões relacionadas à “resiliência dos tipos de serviços necessários e de como construí-los”.

“Para o propósito da Nokia, estamos criando tecnologia que ajuda o mundo a agir em conjunto. Portanto, se trata também de criar saúde e segurança. Também estamos desenvolvendo nossas soluções rurais. Então, acho que há muito o que fazer nos próximos anos”, afirmou.

Inclusão digital

Harrison Lung, chief strategy officer (CSO) do grupo global de telecomunicações e&, lembrou que também é parte do papel da indústria lidar e mitigar a exclusão digital em seus mercados. “Para que sejamos um pilar fundamental das sociedades em que operamos, queremos fornecer não apenas a infraestrutura essencial como serviços digitais adicionais”, disse.

Nesse sentido, Lung afirmou que é preciso equilibrar os olhares sem perder de vista os avanços que podem ocorrer a partir do 5G. A conectividade da quinta geração da rede móvel promoverá um salto em acesso à educação, em novas possibilidades em saúde, bem como ajudar no desenvolvimento de pequenas e médias empresas (PMEs).

“Podemos fornecer à próxima geração de crianças os melhores professores, as maiores mentes do mundo. Sem conectividade, como haverá a saúde móvel? Portanto, queremos investir em velocidade, pois em muitos dos nossos mercados isso é importante”, comentou.

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