Desafios e oportunidades da transição para a indústria 5.0
Eficiência, sustentabilidade e segurança pautam avanço do modelo a partir do desenvolvimento da inteligência artificial generativa e fábricas no metaverso
Eficiência, sustentabilidade e segurança pautam avanço do modelo a partir do desenvolvimento da inteligência artificial generativa e fábricas no metaverso
Fernando Murad
26 de fevereiro de 2024 - 14h16
Em 2023, o tamanho da indústria 5.0 foi de US$ 183 bilhões, de acordo com estudo da Research Nester. Até o final de 2036, o instituto projeta que o mercado atingirá US$ 866 bilhões, com crescimento médio anual de 20% de 2024 a 2036. Já até 2025, devem estar em operação mais de 30 bilhões de devices interconectados.
O conceito da indústria 5.0, centrada na personalização em massa, propõe um cenário industrial que, ao quebrar silos, opera com uma abordagem centrada no ser humano. A intenção é moldar holisticamente e impactar significativamente as futuras sociedades digitais.
Mas, afinal, do que se trata a transição da indústria 4.0 para a 5.0. Para Jackie Jung, VP, global operations strategy & corporate sustainability da Western Digital Corporations, é a mudança da eficiência pela sustentabilidade. “Por exemplo, os sensores nas fábricas poderão medir o uso de energia e de água e otimizar os recursos. Além disso, teremos muitas oportunidades com economia circular”.
Se na indústria 4.0 a eficiência e a concorrência ditam os rumos, nesta nova fase a proposta do mercado é comum: a sustentabilidade, com as empresas conectadas com os fornecedores e todo o ecossistema.
Com o avanço da inteligência artificial generativa, que ainda está em estágios iniciais, veremos fábricas transformadas em casos de uso pelas oportunidades geradas pela junção de IA, dados e pessoas, diz Kathleen Mitford, corporate VP e global industry marketing da Microsoft. Neste contexto, setores público, privado e empresas de tecnologia devem atuar em conjunto para manter os dados seguros. Ao mesmo tempo em que é preciso compartilhar os dados para o avanço do modelo, é mandatório protegê-los.
Thierry Klein, presidente da Bell Labs Solutions Research, da Nokia, não acredita em um mundo sem pessoas e com robôs mandando. “Os papeis serão mudados. Em certos elementos, como criatividade e intuição, os robôs não são bons. A IA fará as tarefas chatas para podemos nos concentrar no que queremos fazer e ainda não conseguimos. A indústria 5.0 proporciona maior customização e personalização”, afirma.
Kathleen Mitford vai além ao detalhar o papel da inteligência artificial generativa. “A tecnologia tem efeitos na personalização, ao melhorar a experiência dos trabalhadores oferecendo os dados corretos para as tarefas que estão fazendo, e a eficiência, proporcionando dados para os processos funcionarem melhor”.
Segundo Jackie Jung, os próximos passos da evolução da indústria 5.0 serão a indústria do metaverso e o olhar da tecnologia para inovar o trabalho humano. “A indústria se move do físico para o virtual, com dados em tempo real”, conta, explicando o conceito de gêmeo digital, quando a planta física tem um equivalente virtual no qual os gestores conseguem visualizar todos os processos e identificar eventuais problemas e melhorias.
Ainda de acordo com Thierry, precisamos perguntar por que estamos em transição para a indústria 5.0. “É por produtividade, mas também por segurança e sustentabilidade. Com IA embedada nos devices poderemos, por exemplo, avisar para um funcionário fazer a pausa para o café mais cedo pois ele está cansado ou alertar que ele está operando muito perto de uma máquina perigosa”, explica, citando a tendência de equipamentos, incluindo roupas, com IA embarcada.
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