IA: quando e como adotar e quais são os impactos?
Kathleen O'Reilly, da Accenture, aponta dados e consequências de participar da corrida da inteligência artificial ou ficar fora do circuito
Kathleen O'Reilly, da Accenture, aponta dados e consequências de participar da corrida da inteligência artificial ou ficar fora do circuito
Sergio Damasceno Silva
26 de fevereiro de 2024 - 16h41
IA: quando e como adotar e quais são os impactos? As empresas de telecomunicações podem se dar ao luxo de não participar da corrida da inteligência artificial (IA)?
“A resposta é que não podemos ficar fora disso. Temos que estar nesta corrida porque é uma corrida. É uma questão de tempo e de velocidade, mas também de impacto. Falamos sobre isso porque todos sabemos o que é neste momento. Acho que o que é não está em debate, mas sim como e quando faremos isso”.
Com essas palavras, a presidente de práticas globais da indústria de comunicações, mídia e tecnologia da Accenture, Kathleen O’Reilly, participou de um dos muitos painéis sobre o que a IA tem feito no segmento que envolve não apenas telecomunicações, e sim o ecossistema que a cerca, sejam fornecedores, teles, fabricantes ou desenvolvedores.
Para a executiva, é importante pensar no fato de que a IA generativa faz parte de um continuum. “E há momentos em que a IA generativa será a resposta certa”, diz. É uma tecnologia realmente impactante, mas faz parte de um continuum mais amplo.
Às vezes, diz Kathleen, precisa se pensar em IA diagnóstica, IA preditiva e IA generativa e qual é mais apropriada e em quais momentos nem sempre é certo pensar em grandes modelos de linguagem, mesmo do ponto de vista ambiental, ressalta.
Ainda, até sobre a energia que a IA vai usar tem que ser pensada, afirma. “Tem um dado da Microsoft que aponta que, para cada dólar investido em IA generativa e IA, em geral, o retorno médio é de 3,5 vezes”, pontua.
Para a Accenture, diz Kathleen, a IA, literalmente, mudará todos os aspectos de como se administra o negócio, processos, finanças, trabalho e a força de trabalho. Todas essas coisas são muito importantes. “Mas também sabemos que temos de ser muito responsáveis sobre a forma como pensamos sobre a IA generativa. O impacto é generalizado e sem precedentes, mas, ao mesmo tempo, temos de pensar onde investimos”, afirma.
Dessa forma, nesse contexto em que a IA e a IA generativa estarão em todas as áreas das empresas, é necessário mudar a maneira como se faz os negócios. “Estamos aqui com o foco da indústria, no MWC. E todas as empresas, em todos os lugares, precisam mudar a maneira como pensam sobre o que fazem”, diz.
A própria Accenture se comprometeu com investimentos de US$ 3 bilhões em IA generativa, com foco em dados e IA e como parte do núcleo digital.
Portanto, todas as pessoas neste espaço, do MWC, têm que aprender sobre isso, argumenta Kathleen. E exemplifica: “A alta liderança, nosso CEO e todos na organização entendemos que também estamos construindo ferramentas e capacidades que nosso navegador de IA nos permite. Não é apenas construir casos de negócios, mas, em tempo real, usar a IA generativa para ajudar a tomar decisões sobre onde pode ser aplicada, com responsabilidade.”
Assim, o que se vê no mercado agora? questiona. Neste momento, diz, o mercado é dominado por provas de conceitos e muita experimentação.
De fato, diz, apenas nos últimos meses, a IA girou muito mais para a questão de como se dimensionar isso. “Onde construímos em grande escala e o que deve ser encerrado? O que não vai fazer sentido? Estamos passando da experimentação para a industrialização real e com que rapidez poderemos avançar? As perguntas são: como isso afeta meu pessoal? Como posso ter certeza de que investigo adequadamente a medição e o fechamento das coisas que não estão funcionando nas indústrias?”
Entre os setores que lideram tudo isso estão os bancos, empresas de software e plataformas e a indústria de comunicações e mídia. “Eles estão fazendo o máximo”, aponta.
E complementa: “Sabemos que 70% dos profissionais de TI terão impacto a partir da IA generativa. Sabemos que esse é o foco agora na força de trabalho, que é onde impacta o desenvolvimento de software, bem como outras áreas como atendimento ao cliente, redução de 30% no tempo de ciclo. E 60% de produtividade é o que prevemos no espaço de TI em vendas e marketing, já começando a ver áreas de redução de 10% no atendimento ao cliente, aumento de 5% a 15% na resolução na primeira chamada, bem como redução no tempo médio de atendimento”, cita, em relação a números concretos que a IA deve gerar para as empresas.
Para Kathleen, de 50% a 80% das horas de trabalho em RH, TI, finanças, jurídico etc. serão impactadas, com aumento de mais de 30% na produtividade. “Mas nem tudo se trata de produtividade. Esse é o foco inicialmente. Na verdade, trata-se de crescimento. Trata-se de reinventar você acha que todos nós reinventamos por causa disso”, diz.
Portanto, a executiva aponta que há perguntas que devem ser feitas: Onde está o valor? Onde devem se concentrar os investimentos? Onde não devem? Se deve usar IA generativa? Onde não é necessário? mas é muito difícil provar o caso de negócios de que não é algo que não aconteceu.
Assim, diz, “Sabemos que 95% dos trabalhadores acreditam que a IA generativa poderia ajudá-los nos seus empregos e estão prontos para adotá-la, mas quase nenhum confia que, na verdade, será igual para todos e tampouco em benefício de todos”, diz.
Compartilhe
Veja também
Conectar, convergir e criar é tema oficial do MWC 2025
Próxima fase de implementação do 5G, avanço dos devices IoT conectados, GenAI e a integração ente IA, 5G, edge computing, cloud, quantum computing, computer vision e blockchain serão tópicos na programação do evento
As apostas das teles para a monetização do 5G
Segurança e transparência na coleta de dados de um lado, e integração de soluções de IA, GenAI, IoT e Machine Learning, de outro, são caminhos para a rentabilização das redes