Da indústria aos carros, metaverso estimula conexão
O termo tem sido aplicado por diversos setores, como carros que unem físico e digital, experiência de jogo imersiva e posse de ativos no mundo virtual
O termo tem sido aplicado por diversos setores, como carros que unem físico e digital, experiência de jogo imersiva e posse de ativos no mundo virtual
Victória Navarro
27 de fevereiro de 2023 - 15h19
O metaverso tem exercitado a imaginação desde que Neal Stephenson introduziu o conceito em seu romance cyberpunk de 1992, o Snow Crash. Da experiência de jogo imersiva à compra e posse de ativos digitais no mundo virtual, tem transformado a maneira como os humanos interagem.
No Mobile World Congress, Stephen Durach, SVP de desenvolvimento de empresas conectadas da BMW, falou sobre o BMW i Vision Dee, novo carro da marca. O modelo conectado, em vez de uma tela sensível ao toque no centro do painel, combina comandos de voz naturais e informações de infoentretenimento em uma tela configurável que permeia todo para-brisa. Por meio dessa tecnologia, o Dee pode substituir, por exemplo, a estrada e os edifícios ao redor por tapetes de grama e flores. Conta, ainda, com funcionalidades como: projeção de avatar do lado de fora das janelas ou o que desejar, sem que ninguém veja o que está acontecendo dentro do veículo.
O executivo afirmou que a tecnologia não intrusiva terá cada vez mais espaço no dia a dia dos consumidores. “O Dee promove uma experiência emocional. As telas entram na rotina do usuário de modo natural e geram uma noção de companheirismo. As pessoas procuram por companhia. Pode-se escolher, exatamente, qual nível de informação deseja ter em mãos. É como contar com um companheiro que sabe exatamente o que você quer, no momento certo e no lugar certo”, explicou.
Durach contou que a criação de produtos como o Dee é sempre emocionante. É preciso uma equipe multifuncional, formada por designers, engenheiros, marketing, gerenciamento de produtos e outros. “A troca de ideias entre talentos é sempre enriquecedora”, disse.
Não saber exatamente onde a jornada dará é uma das premissas para criação de experiências no metaverso, disse Jan Junker, EVP de soluções para vendas e delivery da TeamViewer. “Quando implementar um projeto, é importante não atirar imediatamente no que se considera o alvo. É preciso entender o próximo passo, como conectar colaboradores, consumidores, marcas e coisas, para só, assim, ter um metaverso efetivo”, explicou.
De acordo com estudo encomendado pela empresa para descobrir o que o público da Alemanha sabe sobre o metaverso industrial, 70% de 2.500 pessoas relataram que têm apenas uma compreensão rasa sobre o assunto. Aqui, afirmou Junker, entra toda a gama de opções que passa a se formar em torno da utilização de realidade virtual, seja para otimizar recursos, testar produtos ou prever comportamentos.
Taimoor Husain, global business manager na Microsoft, complementou que há muitas formas de usar o metaverso no ambiente corporativo. Uma delas é o gêmeo digital, uma tecnologia que simula toda a linha de produção com precisão, ou seja, é criada uma simulação dos detalhes do universo físico no virtual, a fim de melhorar a manutenção preditiva de máquinas e equipamentos. “Quando começarmos a pensar em como acessamos esse novo cenário certificado, podemos mergulhar fundo na compreensão de como agradamos o consumidor”, disse.
E o 5G é a chave para isso, afirmou Alexandra Foster, diretora da área Division X da BT: “Em uma indústria, a quinta geração de telefonia móvel permite a criação de mundos complexos para que as pessoas entrem e façam parte”. Quando se olha para o ecossistema em volta do metaverso, Ronnie Vasishta, SVP de telecomunicações da Nvidia, acrescentou que a sincronicidade entre pessoas e elementos é fundamental.
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