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Opinião

Mobile World Congress reaquece o 5G e expande inteligência artificial

Olhando para o passado, muito de 4G, 5G e 6G já foi e continua sendo discutido por aqui e das formas mais abrangentes possíveis – o 6G é assunto já de alguns anos recentes para cá


28 de fevereiro de 2024 - 10h56

Para começar a falar sobre o que existe de melhor nesta edição da Mobile World Congress (MWC), é importante entender o que é a feira e com quem ela fala. Já há muitos anos este evento acontece em Barcelona, na Espanha, inaugurando o ano para tecnologias, produtos e serviços voltados para telefonia móvel – você bem sabe que telefonia móvel faz um universo além de ligações entre pessoas, certo?

A MWC é uma feira grande, mas de certa forma mais organizada do que outros eventos como a Consumer Electronics Show (CES) de Las Vegas, nos Estados Unidos. Ao todo são oito pavilhões generosos em tamanho que comportam o que existe de mais avançado em empresas e expositores, com seus estandes também de dimensões muito avantajadas.

Em números, neste ano a MWC reúne mais de 2,4 mil expositores falando sobre diversos temas, como 5G e 6G, setor automotivo, cibersegurança, e-commerce, saúde, jogos, IOT, impacto social, entretenimento, cidades inteligentes e a palavra do momento que é inteligência artificial em serviços, produtos e tecnologias.

O 5G continua no centro das atenções

Olhando para o passado, muito de 4G, 5G e 6G já foi e continua sendo discutido por aqui e das formas mais abrangentes possíveis – o 6G é assunto já de alguns anos recentes para cá. A MWC não reúne apenas provedores de telefonia, mas também aproxima quem está em todas as partes da cadeia.

Em caminhadas pelos estandes, encontrei muitos nomes que incluem desde um pequeno fornecedor de cabos simples, fabricante de painel solar para telecomunicações, até operadores de grande porte como Telefónica e Vodafone, servidores e fabricantes de chips, como Qualcomm e Samsung. Isso mostra a enorme abrangência do evento.

Consultores conhecidos do mercado também estão por aqui, como a Accenture, McKinsey e PwC. Junto deles temos os grandes fabricantes de equipamentos de telecomunicações do mundo, como Nokia e Ericsson. Vale até um espaço neste texto para dizer que o Brasil está na lista de todos estes nomes, faz tempo.

Olhando para este breve resumo do que é a MWC em 2024, o congresso parece uma visão focada só no exterior, mas o Brasil está de olho em praticamente tudo que acontece e acontecerá durante o evento. Uma comitiva com grandes e pequenas operadoras, além de outras empresas nacionais, está por aqui e o objetivo é entender como as tendências apresentadas pelos expositores e palestrantes podem influenciar o cotidiano de nós, brasileiros.

O Brasil tira proveito da MWC 2024

As discussões que reverberam no nosso país envolvem conversas sobre como as tecnologias lançadas por aqui, ou pensadas para um futuro nada distante, impactam o cotidiano. Ele pode estar em um ponto de vista do cliente ou então do ecossistema regulatório brasileiro, seja em leis, tributos e operadores que nós temos em tantas cidades.
Voltando o olhar para o macro, temos um grande tema notado nos corredores e pavilhões, que é a inteligência artificial. Nisso a MWC segue, de certa forma, o que já vem sendo falado em outros grandes eventos, como a CES, que aconteceu poucas semanas atrás.

Aqui, no entanto, a inteligência artificial não aparece na forma isolada de IA generativa ou na simples ideia de criar um texto, ou foto, mas principalmente na forma como ela permeia toda a cadeia de valor de telecomunicações. São discutidos temas que envolvem desde as plataformas ou chipsets, até os fabricantes de equipamentos com IA para monitorar a rede e prever os problemas futuros ou consumo mais acelerado, e assim já iniciar qualquer manutenção preventiva.

Também encontrei sistemas de monitoramento, onde é possível tirar proveito de IA e redes 5G para a internet das coisas. Ela deriva então em diversas frentes como máquinas conectadas para decisões tomadas em tempo real, em conjunto. O cenário mais plausível seria um grupo de carros capazes de interagir entre si, percebendo o aumento de trânsito em um local e já alterando a rota para sequer passar por lá – isso antes de serviços como o Waze detectarem o problema.

Outro foco, agora com uma das maiores forças do Brasil, pode estar em um grupo de colheitadeiras autônomas que trabalham em conjunto, conectadas. Não somente melhorando a eficiência do campo no plantio e colheita, mas também representando crescimento para o país com safras maiores – sem necessariamente desmatar mais.
Além de redes 5G, o blockchain também tem espaço durante a edição deste ano da MWC. Um destaque fica para TikTok que vai utilizar este recurso para basear as transações feitas dentro da rede social, a partir de uma parceria com a Telefónica, que envolve outras áreas das duas empresas para a evolução da experiência do usuário, como serviços de localização de dispositivos, otimização da própria rede móvel e das fixas, serviços de borda e soluções computacionais.

IA para todos, principalmente empresas

De forma bastante aberta, os assuntos do momento continuam em avanços do 5G para mais frentes do que já temos no mercado e inteligência artificial crescendo para as empresas otimizarem até mesmo a estrutura de manutenção de redes, além de outros temas discutidos com eventos em paralelo.

Aqui, dentro da MWC, existem outros congressos, como um voltado para 5G, outro focado no lado regulatório e um que fala sobre dispositivos conectados. Neles as tendências de mercado encontram grandes fornecedores, operadores e um público registrado de quase 100 mil pessoas durante quatro dias de evento.

Para um primeiro dia de evento, o que não falta, certamente, é assunto para discutir sobre tecnologias já presentes, outras ainda sequer lançadas para o grande público, como as redes D2D e seu trabalho para levar conexão de dados de um satélite direto para o celular do usuário, indo até a relação interconectada de robôs autônomos. Mal posso esperar pelos próximos dias.

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