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Opinião

MWC e a força da conectividade móvel

O que até agora chamamos de mobile está se transformando em conectividade móvel, indo muito além do celular, tablet ou laptop


1 de março de 2024 - 15h26

A primeira vez em qualquer grande evento é sempre uma mistura de curiosidade com FOMO (Fear of missing out ou o famoso medo de perder algo), aquela sensação de que você precisa ver tudo mas tem sempre a impressão de que está perdendo o melhor. Com o MWC foi um pouco diferente para mim. Por não estar focado nos conteúdos, mas sim em conhecer empresas, soluções e inovações que estão ou estarão tomando de assalto o mundo da tecnologia, aproveitei meu tempo para circular pelos 8 pavilhões e procurar de forma agnóstica entender um pouco do que está sendo apresentado por aqui em Barcelona.

Primeiramente, o que mais me chamou atenção foi a presença gigantesca dos chineses. A participação do gigante país oriental em feiras de tecnologia é sempre massiva, mas acredito que na MWC eles realmente se posicionaram como os maiores do mundo nesse tema. A Huawei, por exemplo, não tem um stand, mas sim, praticamente, um pavilhão inteiro. Ali, em seus milhares de metros quadrados cheios de executivos e enormes painéis de Led, deixaram claro sua atuação em praticamente toda a cadeia do 5G. Aliás, o tamanho dos stands e a presença quase ostentativa de todos os grandes players do mercado mundial, de fabricantes a consultorias, mostra a importância que a MWC conquistou para o setor. É um investimento altíssimo, tanto em infraestrutura quanto em pessoas, o que, obviamente, deve ser revertido em oportunidades de negócios.

Alguns lançamentos apresentados na feira, independente da sua área de negócios, acabaram chamando realmente muita atenção. O Xiaomi SU7 EV, um veículo elétrico que surpreende pelo design e a quantidade de tecnologia embarcada, inaugurando um novo ecossistema para a marca, que eles chamam de chamado Human x Car x Home, que permite a colaboração mútua e a evolução entre indivíduos, dispositivos e serviços inteligentes de uma forma integrada e, digamos assim, nativa.

A IA, assim como o 5G, é onipresente toda a feira. Desde soluções de otimização de infraestrutura até IoT, tudo tem e terá cada vez mais IA embarcada, facilitando e otimizando praticamente tudo que fazemos hoje em relação a conectividade. Conversei com empresas italianas e espanholas sobre IA na recomendação de conteúdo para o streaming e descobri soluções cada vez mais evoluídas, que vão além da análise dos metadados dos usuários e conteúdo, mas analisando também o modelo de navegação, os diálogos de filmes e séries via análise de legenda. Essa evolução do modelo vai proporcionar uma maior assertividade na entrega de conteúdo relevante para os consumidores, mas também uma leitura cada vez mais eficiente para a inserção de publicidade.

O que fica muito claro na MWC, independentemente da sua área de atuação, é que o que até agora chamamos de mobile está se transformando em conectividade móvel, indo muito além do celular, tablet ou laptop. Tudo está ou estará conectado em curtíssimo prazo. Seu e-mail com a sua geladeira, seu carro e suas reuniões, seu anel e a sua forma de dormir, enfim a tecnologia está embarcada em tudo que nos cerca e, cada vez mais, o aprendizado por parte das máquinas sobre a nossa vida e nossas rotinas vai tornar o mundo uma grande rede. E é só o começo.

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