Protagonismo da IA & TechCOs
As expectativas para o MWC 2025
As expectativas para o MWC 2025
27 de fevereiro de 2025 - 17h14
Desde a edição do ano passado, não se tem falado de outro tema além de como potencializar os usos da inteligência artificial (IA) nas operações de telecomunicações (telco): economizando recursos, automatizando operações e, em grande medida, proporcionando avanços no uso do 5G, seja por meio de banda públicas ou redes privadas. Neste ano, no entanto, a perspectiva é que se apresentem novas soluções que rentabilizem operações e permitam uma transição de modelo negócios para TechCO, criando-se assim um ambiente comercial emergente e que esteja conectado às preocupações contemporâneas: otimização dos gastos de energia e a convergência humana de uma indústria mais diversa e plural.
Os quatro dias de Mobile World Congress (MWC) também prometem um mergulho em outros debates e tendências que serão fonte de inspiração para o mercado. O congresso se apresenta como uma excelente oportunidade de empresas e tomadores de decisão saberem mais sobre o universo do código aberto, metodologia que não apenas se tornou peça-chave no desenvolvimento de redes como também facilitou a digitalização de empresas de diferentes ramos e atividades.
Não há mais dúvidas que a IA veio para ficar. Seja para potencializar os usos do 5G, nas casas inteligentes movidas pela Internet das Coisas (IoT) ou, ainda, para promover mudanças na maneira como as empresas processam seus dados. A partir de Small Language Models (SLM) adaptados para Rádio (RAN) e para o core de aplicações, a inteligência artificial tem proporcionado um “paradigma de inteligência” sem igual na era moderna de aplicações e infraestrutura da indústria. Não à toa, uma pesquisa da IBM indica que 79% das companhias globais de telecomunicações investem na tecnologia para aumentar a performance de seus ecossistemas técnicos.
Ainda segundo o estudo, realizado com 750 tomadores de decisão de grandes companhias de Telco, o uso da tecnologia vem atuando como um catalisador para simplificar processos, aumentar o ritmo de processamento de dados e, principalmente, dispor de mais precisão e assertividade para tomar decisões em tempo real e automatizar o ciclo de vida de aplicações. Como resultado disso, organizações já contam com assistentes cognitivos (agentes de IA), serviços próprios de atendimento ao cliente, e modelos próprios de SLMs ou grandes modelos de linguagem (LLMs), tornando os sistemas cada vez mais autossustentáveis.
Se de um lado, os benefícios e as vantagens da implementação de IAs são inegáveis, por outro o investimento ainda é um obstáculo para a maioria das organizações globais, dado que sua adoção não compreende apenas uma transição entre tecnologias e protocolos de segurança, mas sim uma grande transformação na forma de pensar e fazer negócios. Prova disso é que organizações estão convergindo estruturas corporativas, processos internos e culturas consolidadas para se adequar à nova tônica do mercado: inovar ou ser deixado para trás.
De fato, a adaptação de negócios para as novas práticas da IA apresenta-se como um grande desafio para organizações baseadas em diferentes países. Felizmente, o código aberto se mostra um grande aliado para telcos e para a indústria de tecnologia no geral. Graças aos seus protocolos abertos, empresas podem economizar substancialmente em suas jornadas de tecnologia, implementando soluções personalizadas com suas demandas e escalando conforme a necessidade. Sem falar da ativa comunidade open source que disponibiliza templates, tutoriais, treinamentos, e centenas de modelos prontos do dentro IBM Granite e do Open Data Hub para acelerar a inovação.
Outra vantagem da metodologia aberta é oportunizar uma transição segura das telcos para as TechCO, de olho em transformar tradicionais empresas de telecomunicações em hubs de soluções técnicas e produtos digitais, como redes privadas de 5G, ferramentas de IoT e IA e, principalmente, experiências diferenciadas aos consumidores finais. Por meio do open source, organizações dispõem de uma rota segura para superar obstáculos regulatórios, de cibersegurança e das mudanças culturais vividas em seus ambientes corporativos e impulsionar novas oportunidades de crescimento.
De acordo com artigo publicado na STL partners, consultoria britânica do mercado de telecomunicações, o código aberto é a chave para desbloquear formatos comerciais emergentes e posicionar as telcos não apenas como provedores de tecnologia, como também grandes players no mercado de serviços. A partir da sua implementação, empresas podem acelerar suas jornadas de IA e automatizar partes de seu ecossistema técnico, liberando equipes de TI para trabalhar em modelos de negócios disruptivos e reduzir o time-to-market de novas soluções, à medida que tomadores de decisões julgarem conveniente.
À vista do grande movimento das telcos brasileiras e globais em busca de novas fontes de receita e de ampliar a competitividade, não há mais dúvidas de que a nova “fase TechCO” será uma das tônicas do MWC deste ano, em especial, por conta da necessidade de operar de forma multisetorial com parceiros, fornecedores e concorrentes. No setor de tecnologia, muito se fala que o futuro está definido desde o nascimento; felizmente, a democracia, a liberdade de expressão e a cultura colaborativa sempre nos provam o contrário: uma boa ideia, amparada pelas bases comuns e justas, sempre prevalece.
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