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NFT: A tecnologia de sucesso passageiro?

Volume de negociações de Token Não Fungíveis caiu cerca de 97%, porém, profissionais da indústria ainda apostam em desenvolvimento do símbolo eletrônico


27 de fevereiro de 2023 - 12h56

De janeiro de 2022 a setembro do mesmo ano, o volume de negociações de Tokens Não Fungíveis (NFTs) caiu cerca de 97%, ou seja, movimentou US$ 466,9 milhões. No primeiro mês de 2022, o mercado registrou um recorde de transações: US$ 17, 2 bilhões. Entretanto, esse número já tinha despencado em julho do ano passado, para US$ 700 milhões. O aumento de taxa de juros por órgãos reguladores e a grande quantidade de fraudes e roubos via digital são algumas tendências econômicas globais que levaram a esse cenário de crise.

Becks Perfect, fundadora da agência de mídia Nifty World, Johnna Powell, cohead global de NFT da ConsenSys, Giuseppe Perrone, líder de bloackchain ad EY, Yonat Vaks, criptoartista, e David Palmer, líder de blokchain da Vodafone Business (crédito: Victória)

Entretanto, em painel realizado nesta segunda-feira, 27, no Mobile World Congress (MWC), maior evento móvel do mundo, Giuseppe Perrone, líder de blockchain da EY, multinacional de serviços profissionais, ressaltou que o mercado de Tokens Não Fungíveis não morreu: “O ontem é um reflexo do que irá acontecer no futuro. Pode-se dizer que é um fenômeno de estrutura e desenvolvimento contínuos”.

A Web 3 por trás de tudo

Entre as tecnologias que permitem o funcionamento do certificado digital de unicidade NFT, está a Web 3, que representa a próxima fase da evolução da internet. A mais nova geração da internet usa como base tecnologias de inteligência artificial (IA) e blockchain. “Quando olhamos para o digital e entendemos a evolução dentro das companhias, vemos autenticidade na relação com os consumidores. A web descentralizada fará com que as marcas, realmente, estejam inseridas na transformação digital”, disse Perrone.

Blockchain na representação digital

O executivo também destacou a blockchain como motor dos Tokens Não Fungíveis. Um token, explicou, no universo das criptomoedas, consiste na representação digital de um ativo, que pode ser dinheiro, arte ou propriedade, registrada em uma blockchain. A NFT, esclareceu, não pode ser devolvida, transferida ou trocada, com o objetivo de garantir os diretor autorais de seus criadores.

De acordo com o líder de blockchain da EY, agora, pode-se observar o desenvolvimento do setor. “Precisamos entender como podemos tokenizar os assets e como usar os assets na economia digital. Como interagir com essa economia digital? Podemos usar NFT no futuro para engajar o consumidor do futuro. Assim, você fazer uma relação totalmente nova de engajamento com o consumidor”, afirmou.

O Spotify, por exemplo, citou Perrone, está testando listas de reprodução que podem ser desbloqueadas por meio de Token Não Fungíveis. A iniciativa faz parte de uma série de testes diários da empresa, em prol da busca da melhora da experiência do usuário. O anúncio, feito neste ano, não foi o primeiro do Spotify dentro do universo de NFT. Em maio de 2022, o streaming experimentou um recurso de perfil que permitia que os artistas promovessem suas artes digitais.

O desafio de investir no setor

O sucesso do NFT é consequência da explosão do digital. “Estamos só no começo. Há alguns notáveis avanços, nos mais diversos setores. Eu penso que a experiência do consumidor será muito empoderada”, afirmou David Palmer, líder de blockchain da Vodafone Business. Para o Giuseppe Perrone, líder de blockchain da EY, o atual desafio das grandes empresas é investir no setor de Tokens Não Fungíveis: “Utilidade é importante e algumas empresas precisam identificar a utilidade certa para justificar o investimento. Precisamos focar na real aplicação dessas tecnologias e deixar de lado as especulações”.

Becks Perfect, fundadora da agência de mídia Nifty World, reforçou que a tecnologia NFT é relativamente nova e que ainda possui muitas oportunidades de desenvolvimento. “Eu acredito no futuro da Web 3. Há muitas vantagens na adoção da tecnologia. Ainda está se provando que é uma nova e excitante forma de pensar”, disse. “Tem muitas maneiras que essa solução pode ser desenhada. As marcas estão vendo como podem aprender com a comunidade digital. As comunidades podem trazer o senso de lealdade. Não é mais sobre as marcas, é sobre os consumidores. Essa é a única fórmula do sucesso”, adicionou Johna Powell, cohead global de NFT da empresa de software ConsenSys.

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