28 de fevereiro de 2024 - 10h39
Vivemos a era da conectividade. No âmbito das redes móveis, o avanço tecnológico trouxe mais velocidade para o compartilhamento de informação. Um grande exemplo é o 5G, que o mundo testemunha o desenvolvimento e atesta as novas possibilidades proporcionadas pelo recurso. É neste contexto que surgiu a preocupação – e necessidade – de um projeto como o Open Gateway, discutido durante o Mobile World Congress (MWC), em Barcelona.
O Open Gateway nada mais é do que uma iniciativa da indústria de telecomunicações liderada pela GSMA (Associação Global do Ecossistema Móvel), que transforma redes de telecomunicações em plataformas padronizadas expostas a desenvolvedores, com base em um conjunto de APIs projetadas para fornecer serviços digitais como verificação de número e localização de dispositivos.
Em meio ao crescimento no número de fraudes e problemas de cibersegurança, iniciativas como o Open Gateway precisam ser debatidas e aperfeiçoadas. Este, inclusive, foi um dos pontos que acelerou, junto com o rápido desenvolvimento dos serviços digitais, a busca por iniciativas como essa. Particularmente, vejo um futuro promissor para o ecossistema das redes móveis e do projeto, que já está presente em seis mercados no mundo que estão liderando a iniciativa, devido a APIs disponíveis e pelo menos uma operadora participando do processo. Além do Brasil, a África do Sul, Alemanha, Espanha, Indonésia e Sri Lanka são as outras economias que estão à frente da implementação do Open Gateway. No Brasil, especialmente, a iniciativa conta com a presença de grandes operadoras como Claro, TIM e Vivo.
APIs e a luta para o combate a fraudes
Você, com certeza, conhece alguém que já passou por situações de golpe por ligações no celular, ou ao menos já ouviu falar das fraudes mais famosas. Um dos principais objetivos do Open Gateway, projeto que fazemos parte desde o início, anunciado na edição de 2023 do MWC, é justamente o combate às fraudes móveis — um ônus do avanço das tecnologias que requer atenção. No Brasil, por exemplo, as APIs de verificação de número, de troca de SIM e de localização de dispositivo são grandes aliadas na luta contra as fraudes em diversos setores, como no caso de fintechs e bancos. Pensar em novas APIs que promovam mais camadas de segurança, e principalmente que sejam funcionais para o mercado de redes móveis, precisa ser uma prioridade para o mercado e as operadoras.
A união de diversas redes de telefonia móvel fez com que o ecossistema global de mensagens se tornasse mais democrático. E em um contexto de integração e aumento da preocupação com segurança digital, precisamos vislumbrar quais ferramentas ajudarão a proporcionar melhores experiências tanto para empresas quanto para clientes.
Pensando em progresso, o MWC expandiu o debate sobre o Open Gateway para além das operadoras, com exemplos práticos do uso da iniciativa em segmentos industriais diversos. O uso no setor financeiro, com o banco Itaú, já é uma realidade. A instituição está usando as APIs de autenticação financeira e pretende adotar novas para melhorar a experiência dos clientes. Com o Open Gateway sendo abraçado por vários países, os consumidores podem esperar mais segurança, facilidades e, por consequência, uma melhor experiência ao fazer uso das redes móveis.