Rede universal de APIs avança entre as teles
Interface aberta permite que desenvolvedores de aplicativos criem sobre as redes das operadoras
Interface aberta permite que desenvolvedores de aplicativos criem sobre as redes das operadoras
Sergio Damasceno Silva
27 de fevereiro de 2024 - 9h15
A rede de universal de APIs avança entre as teles. Iniciativas recentes da indústria móvel para desenvolver um conjunto comum de APIs de rede tem gerado novo impulso às teles.
A abertura a desenvolvedores de aplicativos começou quando a Telefónica lançou oficialmente a Camara (a Telco Global API Alliance) no MWC 2022, em colaboração com a Fundação Linux, desenvolvedores e outras teles.
No ano passado, isso continuou quando o GSMA, entidade que organiza o MWC, anunciou a criação da iniciativa GSMA Open Gateway, que é uma rede universal de APIs (interfaces programáveis de aplicativos), cuja meta é fornecer acesso global das redes de operadoras a desenvolvedores.
Portanto, o Open Gateway foi criado com apoio de 21 teles e aponta para a tendência de desenvolvimento de serviços baseados em economia de APIs abertas.
Assim, fazem parte do grupo empresas como America Movil (controladora da Claro), AT&T, China Mobile, Deutsche Telekom, KDDI, KT, Orange, Singtel, Swisscom, Telefónica (que controla a Vivo), Telenor, Telstra, TIM (acionista da TIM Brasil), Verizon e Vodafone.
De forma que, em fevereiro deste ano, o número aumentou para 237 redes móveis das teles, o que representa 65% das conexões móveis globais.
Portanto, as redes abertas de APIs significam uma forma do ecossistema móvel fomentar a monetização das redes 5G. Para isso, as teles têm tentado adotar abordagem padronizada que alcance escala. Isso já aconteceu várias vezes no setor ao se definir os padrões tecnológicos como o GSM.
O fato é que, agora, essas iniciativas têm se traduzido em redes de APIs disponíveis comercialmente. Em setembro do ano passado, a Deutsche Telekom e a Ericsson anunciaram acordo para vender APIs de rede pela plataforma Vonage da Ericsson.
Depois, as quatro teles móveis do Sri Lanka, Bharti Airtel, Dialog Axiata, Hutchison e SLT-Mobitel também lançaram conjunto de APIs de rede.
Ainda, em novembro do ano passado, as três maiores empresas de telefonia móvel do Brasil, Claro, TIM e Vivo, anunciaram o lançamento de três APIs de rede focadas em melhorar a segurança digital. E as móveis da Espanha, Orange, Telefónica e Vodafone, lançaram mais duas redes de APIs.
Dessa forma, a lógica de negócios por trás da abertura de recursos das redes por meio de APIs é fácil de entender.
Permite que os desenvolvedores acessem capacidades das redes sem envolver diretamente a operadora e os desenvolvedores podem inovar com mais facilidade e rapidamente, entregando casos de uso de alto valor com mais valor do que a conectividade simples.
Portanto, as operadoras consideram a abertura para APIs crucial para maximizar o retorno sobre o investimento em 5G.
O que significa retorno maior na comparação com transações de serviços de conexão simples.
Dessa forma, algumas teles concentraram seus esforços iniciais na construção de relacionamentos diretos com desenvolvedores.
Por exemplo, a T-Mobile anunciou, em setembro do ano passado, que ampliaria sua rede numa abordagem de fatiamento do programa beta para desenvolvedores em todo os EUA.
Os desenvolvedores poderão usar a plataforma para monitorar as condições da rede e ajustar qualidade de videochamada para garantir clareza e confiabilidade de comunicação.
Assim, a expectativa é que os acordos de parceria em rede APIs entre operadoras e fornecedores de se expanda este ano.
Contudo, em 2025, as teles deverão começar a trabalhar de forma mais próxima com provedores de nuvem, os quais já têm nível de engajamento com desenvolvedores, de forma a facilitar o acesso às capacidades de redes das operadoras.
Também nesse caso, podem ser criadas oportunidades de monetização para sustentar o impulso por trás das APIs de rede.
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