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MWC

Telefónica pede flexibilização da Europa

O presidente e CEO da operadora, Marc Murtra, quer adaptações da regulamentação europeia para que o setor se consolide e compita em nível de igualdade com mercados globais


5 de março de 2025 - 10h02

O presidente e CEO da Telefónica, Marc Murtra, quer que a Europa permita a consolidação nas telecomunicações europeias para que as teles ganhem tamanho e fortaleçam seu potencial tecnológico.

“É hora de as grandes empresas de telecomunicações europeias terem permissão para se consolidar e crescer para criar capacidade tecnológica”, disse.

Essa iniciativa é fundamental para o futuro da Europa e pode gerar efeitos favoráveis ​​para a sociedade.

“Isso pode fortalecer a autonomia estratégica europeia, desbloquear a produtividade e melhorar a vida das pessoas comuns”, afirmou Murtra.

Telefónica nomeou CEO em janeiro

O executivo se tornou CEO da Telefónica em janeiro, em substituição a José María Álvarez-Pallete que, por sua vez, estava no cargo desde 2016 após a renúncia do ex-CEO César Alierta, que morreu há alguns meses.

A nomeação de Murtra como CEO responde ao pedido de alguns acionistas para iniciar nova etapa na presidência-executiva da Telefónica que, entre os acionistas, tem o governo da Espanha, com 10% das ações.

O presidente da Telefónica diz que, na perspectiva do cenário de consolidação na Europa, isso forçará as teles a se adaptarem, se concentrarem no que sabem fazer e trabalharem corretamente.

“Mas não somos só nós que precisaremos nos adaptar”, afirmou.

Ainda, disse que “a Comissão Europeia, os estados-membros europeus, os reguladores e outros devem adaptar sua regulamentação e objetivos para permitir a consolidação tecnológica e de telecomunicações”.

Caso contrário, complementou: “Se isso não acontecer, achamos que a posição da Europa no mundo continuará a diminuir e não teremos a capacidade de decidir nosso futuro de forma autônoma.”

Europa e EUA

O discurso do principal executivo da Telefónica tem alguma ressonância com a posição dos EUA.

Brendan Carr, presidente da FCC, equivalente à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), se queixou do excesso de regulamentação na Europa e um dos entraves para que o setor deslanche tem a ver com isso e com as amarras regulatórias europeias.

No Mobile World Congress (MWC), ​​Murtra defendeu o papel de liderança que o setor de telecomunicações historicamente desempenha no progresso tecnológico da Europa.

Ainda, destacou o poder das novas redes de ultra banda larga e as novas oportunidades que as arquiteturas baseadas em nuvem podem trazer.

Para concretizar esse potencial e aproveitar as oportunidades, no entanto, deve-se reconhecer que apenas ganhos em escala e capacidade tornarão possível “alcançar melhorias drásticas na Europa”.

Fragmentação excessiva

“Devemos estar cientes de que a fragmentação excessiva do TMT (tecnologia, mídia e telecomunicações) europeu, o excesso de regulamentação e os retornos insuficientes da indústria pesaram sobre a Europa, fazendo-a ficar para trás tecnologicamente”, disse o CEO.

A realidade do setor em outras geografias, como EUA, Oriente Médio e Ásia, ilustra os efeitos positivos de ter um ambiente mais favorável que permita a criação e o crescimento de empresas de tamanho suficiente para inovar e desenvolver novas tecnologias.

“Estamos agora em nova era em que empresas tecnológicas titânicas estão, novamente, impulsionando fortemente a mudança. Essas gigantes trabalham como participantes dominantes em mercados quase monopolistas, têm profundo conhecimento e são mais capazes do que eram há 20 anos”, afirmou.

“Todas essas empresas estão sediadas nos EUA e na China”, concluiu, reforçando a necessidade de a Europa progredir nessa área.

APIs open gateway

Chema Alonso, diretor de dados (CDO) da Telefónica, apresentou, no MWC, vários acordos com empresas e instituições de tecnologia para fortalecer o crescimento, o potencial e a aplicação das APIs Open Gateway.

Alonso apresentou várias conquistas alcançadas desde o lançamento da iniciativa global do setor de telecomunicações liderada pela GSMA para transformar redes em plataformas prontas para o futuro foi anunciada em 2023.

O executivo diz que a Telefónica já fechou negócios com mais de 50 grandes empresas ao redor do mundo.

Agora, negocia com mais empresas interessadas em adotar APIs Open Gateway para melhorar os serviços digitais que oferecem aos seus clientes.

No MWC, Telefónica e TikTok reforçaram seu compromisso com o GSMA Open Gateway, o que amplia o escopo de sua colaboração para a Europa.

Telefónica e TikTok

Essa colaboração começou no ano passado, durante o MWC 2024, quando ambas as empresas anunciaram sua aliança para projetar um processo de integração mais simples e seguro, cuja solução permite que os usuários do TikTok se registrem no aplicativo com seu número de celular.

Essa solução chegará ao Brasil durante o primeiro semestre deste ano e aos demais mercados estratégicos para ambas as empresas.

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