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MWC

Teles ainda precisam monetizar o 5G

Rede universal de APIs, lançada no MWC do ano passado, e IA generativa poderão ajudar as empresas no processo de expansão de receita


27 de fevereiro de 2024 - 7h56

Teles ainda precisam monetizar 5G

Relatório The Mobile Economy 2024, da GSMA Intelligence, analisou os dados do ano passado e sinalizou algumas tendências pelas quais a evolução de padrões como 5GA (5G Advanced) e 6G, com o apoio, sobretudo, da inteligência artificial (IA) deve ampliar a monetização dessas redes. (Crédito: Sérgio Damasceno)

Há cinco anos, a Coreia do Sul e os EUA lançavam as primeiras redes 5G. No entanto, o padrão não se materializou em crescimento de receita. As teles ainda precisam monetizar o 5G. O relatório The Mobile Economy 2024, da GSMA Intelligence, analisou os dados do ano passado e sinalizou algumas tendências pelas quais a evolução de padrões como 5GA (5G Advanced) e 6G, com o apoio, sobretudo, da inteligência artificial (IA) deve ampliar a monetização dessas redes.

5G, IA e monetização

Ambos os temas, IA e monetização, têm sido abordados com frequência nos debates desta edição do Mobile World Congress (MWC). Até janeiro deste ano, 261 teles em 101 países já haviam lançado redes 5G. Segundo o líder de análise do GSMA Intelligence, James Joiner, havia 1,6 bilhão de conexões 5G até o final do ano passado. Que devem chegar a 5,5 bilhões até 2030, quando metade das conexões globais serão 5G.

5G e 5G Avançado

A próxima fase da indústria móvel é a evolução para o 5G Advanced (5GA) com o objetivo de criar fluxos de receitas. Em janeiro deste ano, mais da metade das teles deve implantar a 5GA em até um ano. Isso deve impulsionar os investimentos em 5G, especialmente em mercados inexplorados.

Conectividade móvel

A conectividade móvel continua a ser fundamental na condução da inovação digital porque capacita indivíduos e empresas com ampla gama de transformações tecnológicas, o que gerado impactos sociais positivos, afirma o relatório da GSMA. No final do ano passado, 5,6 bilhões de pessoas (69% da população mundial) assinava algum tipo de serviço móvel, o que representa a incorporação de 1,6 bilhão de pessoas à conectividade desde 2015.

O crescimento na penetração da internet móvel foi ainda mais rápido: também no final do ano passado, 58% da população mundial usava internet móvel, ou seja, 4,7 bilhões de usuários.

Mas os desconectados existem e são muitos: 3 bilhões de pessoas vivem em áreas cobertas por banda larga móvel, mas não usam internet móvel. Abordar a lacuna de uso é crucial para fechar essa exclusão digital e entregar comunicação, bancos digitais, saúde e energia limpa para essa população.

O impacto da conectividade móvel é evidenciado pela contribuição para a economia. Em 2023, tecnologias e serviços associados ao celular geraram 5,4% ao PIB global, contribuição que representa US$ 5,7 trilhões e gerou, indiretamente, cerca de 35 milhões de empregos em todo o mundo.

Rede universal de APIs

Iniciativas da rede universal de APIs também ganham força. No ano passado, no primeiro dia do MWC, o GSMA anunciou a criação da iniciativa GSMA Open Gateway, que é uma rede universal de APIs (interfaces programáveis de aplicativos), cuja meta é fornecer acesso global das redes de operadoras a desenvolvedores. Embora a iniciativa já tenha completado um ano, as teles desejam adotar abordagem padronizada para ter escala. Esforços recentes da indústria móvel para desenvolver conjunto de APIs comuns às redes tem dados impulso às teles. O objetivo final da rede universal de APIs é monetizar melhor os ativos da rede e suas capacidades.

IA generativa

Para as teles, a gama de IA generativa (GenAI) é ampla. No início, a abordagem dessas empresas no uso de Gen AI se concentrou em melhorar o atendimento ao cliente e apoiar as vendas e atividades de marketing. No entanto, à medida que a IA generativa amadurece, há potencial para as operadoras não apenas apoiarem a tecnologia para uso interno, mas gerarem novas receitas de provenientes desse investimento em IA.

Embora exista potencial para colher benefícios significativos da aplicação de IA generativa, as preocupações éticas em torno da tecnologia ainda precisam ser abordadas. Para a GSMA e conforme o relatório The Mobile Economy 2024, a indústria móvel está comprometida com o uso ético da IA em suas operações e interações com o cliente.

Fase de experimentação

Asism, ainda que as teles já usem IA há algum tempo em variados graus, foi no ano passado que a IA generativa se expandiu, impulsionada sobretudo pelo lançamento do ChatGPT, da OpenAI. A maioria das operadoras está em fase de experimentação da IA generativa, o que envolve selecionar parceiros, escolher modelos e priorizar aplicações de curto prazo.

Portanto, a IA generativa tem implicações para as operações e gerenciamento de redes e as teles têm recorrido à tecnologia para fornecer aos engenheiros informações que aceleram o processo de instalação das redes. No longo prazo, as teles devem aplicar IA generativa para usos mais complexos

Crescimento de receita

Ao longo desta década atual, a expectativa é que a indústria móvel registre crescimento da receita, sobretudo em países de alta renda. Embora esse crescimento ainda esteja abaixo de um dígito anual. Os novos recursos de redes 5G e 5GA serão fundamentais para gerar fluxos de receita e, no processo, monetizar os investimentos nessas redes.

No ano passado, ainda segundo o relatório da GSMA Intelligence, o setor móvel teve desempenho substancial na contribuição para o financiamento do setor público, com cerca de US$ 560 bilhões de impostos arrecadados.

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