As tendências de telecomunicações para 2023
A segunda onda do 5G, desejo dos consumidores, velocidade, metaverso, XR, computação de borda e ESG estão no foco da indústria
A segunda onda do 5G, desejo dos consumidores, velocidade, metaverso, XR, computação de borda e ESG estão no foco da indústria
Victória Navarro
27 de fevereiro de 2023 - 14h08
Embora o contágio da Covid-19 tenha rescindido e a população já esteja de volta às ruas, a instabilidade econômica e a inflação estão mais presentes do que nunca no dia a dia dos consumidores. Além de estar exposta a esses fatores, a indústria de telecomunicações enfrenta grandes mudanças, à medida que o 5G se expande, a digitalização cresce e as empresas adotam um modelo operacional sustentável.
No relatório “Global Mobile Trends 2023”, realizado pela GSMA, associação que representa os interesses das teles no mundo e que organiza o Mobile World Congress, é possível identificar as tendências de telecomunicações para 2023.
Em 2022, o 5G alcançou 1 bilhão de conexões, atingindo, globalmente, cerca de 12% de penetração na base de clientes móveis. A penetração é muito maior em mercados pioneiros, como Estados Unidos e Coreia do Sul (mais de 40%).
A aceitação do 5G, traduzida em 1 bilhão de conexões, ocorreu dois anos mais rápido do que a do 4G. Isso é reflexo de fatores relacionados à oferta, ou seja, a cobertura de rede, e à demanda, a vontade de os consumidores se manterem atualizados.
Quão bem as operadoras podem monetizar o consumidor 5G e, crucialmente, os segmentos corporativos, dado que o crescimento geral da receita móvel ainda está na casa dos dígitos baixos, em regiões de alta renda? As tarifas de 5G existentes, geralmente, custam mais que as do 4G e os consumidores estão dispostos a pagar, o que afasta em dois a três anos a oferta de novos serviços, que busca justificar o poder de permanência dos clientes, ao público-alvo.
As velocidades não sustentarão o crescimento da receita, o que é necessário para atrair novos clientes ou incentivar os existentes a gastar mais. A realidade estendida (XR) é uma candidata, pois tem o potencial de inaugurar uma nova era de experiências imersivas ao consumidor, que se beneficiam dos recursos avançados do 5G, em termos de velocidade, latência e capacidade. Porém, ainda é cedo para o metaverso. Sem evidências de mudança de indicadores-chave (incluindo propriedade de fone de ouvido ou taxas de anexação de serviço a tarifas 5G), é difícil obter ganhos.
As empresas respondem por cerca de 30% da receita geral do setor de telecomunicações — há alguns anos, esse número era 20%. Redes privadas, computação de borda e internet das coisas estão ganhando ritmo com os compradores corporativos. É recomendável procurar parcerias de cloud em telecomunicações em serviços de empresas de setores díspares.
Em 2023, prevê-se um ganho líquido de 500 milhões de clientes. Isso significa que o valor pago pela contratação da quinta geração de tecnologia móvel deve começar a alimentar o crescimento geral da receita de telecomunicações, de forma significativa. O metaverso e o XR também deve contribuir com esse dado, mesmo diante da baixa adesão aos fones de ouvido de realidade virtual doméstica e da falta de compreensão sobre o que essas tecnologias, realmente, são.
À medida que o 5G privado alimenta-se da computação de borda para ajudar na demanda de baixa latência, a receita das empresas deve aumentar. Um barômetro importante será até que ponto as operadoras divulgam os resultados dos negócios 5G. Até agora, houve muito pouca divulgação.
Muitos investidores passaram a incluir requisitos ESG como parte de suas decisões de alocação de ativos, conferindo uma urgência adicional aos grupos de gerenciamento para tornar os objetivos de governança ambiental, social e corporativa claros para o domínio público. Cerca de 40% dos consumidores pagariam a mais para teles com certificação neutra em carbono.
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