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19 de novembro de 2019 - 9h17

 

Nada do que acontecerá ano que vem, exceção talvez aos sustos da política, já não esteve traçado em alguma projeção anterior que você leu por aí. As minhas inclusas, por aqui. Não há grandes revelações.

Então, pra que serve?

Pra organizar o óbvio. Até o óbvio carece de ordem.

Vou tentar dar alguma (ordem ao óbvio) aqui.

Inteligência Artificial – a partir do ano que vem, e depois de uns três anos de hype, deixa o estrelato da boca de cena da inovação, para ser default. Tipo, tudo vai ter AI. Vamos deixar de falar nela como rocket science. Não entenda errado, tipo, isso querendo dizer que ela perde relevância. É exatamente o contrário: ela vai ganhar muuuuuito mais relevância em nossas vidas. Só que vai estar tanto em todo lugar, que vamos dar de barato que ela passou a ser parte de nossas vidas e boas. Eletricidade. Vai ser assim.

Robótica – mais e mais e mais e mais robôs invadirão nossas vidas e aqui, sim, talvez tenhamos algumas surpresas em 2020, com novos modelos mais avançados, etc. A tendência mais importante aqui, no entanto, não é essa, que já sabemos. É a que começou a se configurar com maior clareza, e deve se acelerar ano que vem e nos próximos, é que toda tecnologia, inclusive e talvez principalmente a robótica, ira cada vez mais buscar soluções humanizadas, que respeitem e levem mais em conta os seres humanos. Acho que ano que vem isso vai se aprofundar claramente. Robôs, sim! Máquinas hostis, não!

Blockchain – outra que vai cair na boca do povo. A malha de alta segurança e complexa hierarquia criptográfica que não só se transformou, já, em modelo para validação e distribuição de informações, documentos e processos, nos mais diferentes tipos de indústrias, vai, ano que vem, explodir, sem dúvida. Se você não entendeu ainda o que é, em 2020 vai entender (e usar) de vez. Ah … ela vai ter papel também bem importante no nosso mundo do marketing e da mídia digital, aguarde pra ver. (Na dúvida, leia um artigo basicão da Forbes aqui).

Virtual Reallity – sairá do status de ser uma tecnologia restrita a  pequenas experiências e de baixo impacto para buscar a disseminação em mais larga escala, na medida em que deverá estar mais embedada em devices que usamos no dia a dia, como celulares, óculos e lentes de contato. Ano que vem já rola, você vai ver.

Augmented Reallity – mesmo que VR. Vai se infiltrar mais na vida real e menos em joguinhos ou ambientes mobile circunscritos e pontuais.

5G, Mobile, Wearables e Internet das Coisas – ano que vem será o ano em que caminharemos, definitivamente, da ante-sala para o grande auditório do 5G. Entenda de uma vez por todas, por favor, que 5G não é só um G a mais. É uma plataforma de conectividade não só integralmente nova em relação aos Gs anteriores, como disruptivamente revolucionária. Vai transformar o Planeta. Quando alguém disser a você que o 5G é legal porque é mais rápido do que o 4G, manda na lata que o (a) desavisado (a) não tem a puta da ideia do que é 5G e do seu impacto na vida de todos nós. É ela que vai transformar não só que chamamos de indústria mobile hoje, mas é ela também que vai viabilizar tecnologicamente a Internet das Coisas, que, por sua vez, é a internet, em tese, em qualquer objeto e coisas que usamos no corpo (wearables). Serão trilhões já começando a ser conectados ano que vem. Já falei muito disso aqui e não vou me estender mais. Se você ainda é um desses manés que não entendeu isso, fica na moita e lê só este artigo aqui. E aí, sai mandando esperto nas  rodas de bar.

Deep Fake – você sabe, são várias tecnologias cruzadas de gerenciamento, tratamento e modificação de imagens, que transformam arquivos originais em outros igualmente verossímeis, em um nível que jamais imaginamos ser possível. Parecem realidade real, mas são deeply fake. Phoda. O uso disso vai crescer ano que vem, só que o Deep Fake já foi desmascarado. Quando sabemos que o deep fake existe, a tendência é que, à medida em que seu uso cresça (e crescerá em 2020, principalmente no âmbito político), crescerá também o desconfiômetro. Acredite. Aquil0 que, de fato, tem um poder gigantesco de causar mal a todos nós, transmitindo como verdade algo que não é, vai ser um flop. Tive medo enorme, confesso, no início, quando vi os primeiros experimentos. Agora, acho até que muita gente vai, sim, engolir mentiras pensando que é verdade, mas não acho que essa merda vai transformar o mundo. Para pior, como a maioria (do mal) que usa a técnica, supõe que vá acontecer. Perdeu.

Leis sobre a Privacidade de Dados – elas vão se institucionalizar num volume enorme ano que vem, inclusive no Brasil. Não importa se a lei vai de fato entrar em vigência ou não. Importa bem mais que as sociedades globais já perceberam que há um abuso evidente das grandes plataformas de tecnologia em nos fazerem de marionetes imbecis (é o que somos, neste momento) e que isso tem que ter um basta. Vai ter uma basta. A legislação será a constituição jurídica disso. Se vai ser mais ou menos efetiva não importa. Não tem mais volta. As companhias e marcas, de todos os tipos, masa notadamente as de consumo direto, não vão mais pagar o mico de serem consideradas non compliance com o uso ético e tecnicamente seguro dos dados de seus usuários e consumidores. Não fará sentido estratégico ou mercadológico para elas. Vão tomar pau. A partir de 2020, o controle no uso privado de dados será uma tendência inalienável e irrevogável, que todos nós vamos exigir. E fazer acontecer. Não importa como.

Cidades Inteligentes – é a soma de todas essas coisas acima alocadas a serviços do melhor e mais avançado funcionamento das cidades. As cidades serão tech driven e isso já começa a ser mais forte com soluções que as prefeituras (inclusive de algumas cidades aqui do Brasil) já começam a experimentar e colocar em uso. O mundo Digital Out of Home vai ser um dos grandes enablers pioneiros dessa tendência. Já estamos vendo as principais empresas brasileiras qu operam no setor implantando diversificadas soluções desse tipo (tecnologias conectando mobilidade e urbanismo).

Drones – fazem parte das cidades inteligentes. No Brasil, ano que vem, ainda não estarão sobrevoando nossos céus como irão em 3 ou 4 anos. Mas eles já estão, sim, sobrevoando forte algumas cidades norte-americanas e, por lá, 2020 vai ser um ano importante de sua disseminação e adoção. Acompanhe e constate.

Todas as tecnologias e plataformas impactarão o marketing e a comunicação de forma definitiva e profunda, compondo possivelmente o maior arsenal de novas oportunidades de comunicação, relacionamento e vendas que jamais tivemos a disposição em toda a história da nossa indústria.

Mais perto da nossa realidade mercadológica nacional, teremos:

BV – entre em cheque definitivo em 2020.

Lei dos 30% (limite de posse de grupos internacionais em nossas empresas de comunicação) – vai ser questionada fortemente no Congresso.

Nossas normas e nossas entidades – estão já em forte movimento de transformação e isso vai só se aprofundar ano que vem, com forte impacto nas leis que regem o mercado.

M&As – As grandes holding companies, que tiveram que fazer nos últimos dois anos um freio de arrumação para buscarem nova trajetória de rentabilidade, re-agrupando grupos, marcas e empresas, e também eduzindo custos e quadros, fechando várias operações em todo o mundo, continuarão a fazer essa lição de casa em 2020, mas voltarão a fazer compras e aquisições, porque já sabem que o mundo dos anunciantes exigirá soluções tecnológicas de toda ordem, que elas não tem dentro de cada e desenvolver internamente pode ser meio estúpido e demorado. Vão voltar a atuar mais fortemente, ano que vem, e nos demais a frente, em M&A. Não mais comprando receita para otimizar bottom line do valor de suas ações em bolsa, na lógica de décadas de Martin Sorrell/WPP, que todas elas, cada qual a seu modo, acabaram copiando. Essa dinâmica e esse formato morreram. Agora, adquirir inovação e transformação digital, com forte pegada em dados, CRM, automação de mídia e e-commerce, serão as grandes tendências.

Vai ser um ano e tanto. Que venha o futurinho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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