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Cidades inteligentes: avanço e participação do cidadão
Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel, fala sobre o cenário para smart city no Brasil, no qual a população estará mais envolvida nos processos de inovação
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Carolina Huertas
27 de setembro de 2021 - 6h03
Segundo levantamento divulgado pela Technavio, o mercado de smart cities deve gerar faturamento de US$ 2,118 trilhões até 2024, com crescimento anual de 23% nos próximos quatro anos. Diante desse cenário, Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel, diz que as cidades brasileiras já tem a consciência de que precisam para avançar em tecnologia e inovação. “Afirmo com convicção que isso está se consolidando nos últimos anos. Existem várias entidades no Brasil que criam ranking para acompanhar a evolução e podemos perceber isso: a cada ano, as cidades avançam um pouco mais. Isso não quer dizer que não tenhamos muitos desafios, mas só dos gestores já estarem percebendo essa necessidade é um avanço”, comenta.
Para ela, isso acontece não apenas como forma de promover tecnologia pela modernização em si, mas de maneira a colocar o cidadão no centro da atenção e proporcionar, a partir disso, melhor qualidade de vida para as pessoas. O estudo da Technavio reafirma o ponto levantado pela executiva. Segundo os dados, esse desenvolvimento será conduzido pelas áreas de governança inteligente, que consistem na associação entre o uso da tecnologia e o envolvimento da população para que se sintam parte da administração pública.
Maria aponta que, mesmo com as soluções em andamento, é difícil chegar a conclusão homogênea sobre em que posição o Brasil está em termos de desenvolvimento, pois o país é muito grande e as cidades têm estruturas e condições diferentes. Mas, em termos de conectividade, o avanço é perceptível por todo o país. “Essa diversidade de condições é um desafio. Porém, qualquer cidade inteligente parte da conectividade, não se consigue fazer um projeto de inovação se as cidades não têm conectividade adequada. E, sobre isso, o Brasil avançou muito nos últimos anos, esse é um mérito do setor de telecomunicações. Hoje, 99% da população brasileira está em área coberta por redes 3G e 4G e isso facilita muito a implantação de projetos de cidades inteligentes”, afirma.
Para além das diferenças regionais, diz a executiva, a falta de planejamento e as dificuldades no orçamento também são obstáculos a serem enfrentados. É necessário ter diagnóstico sobre as condições de cada cidade em relação a melhorias, desafios e objetivos para ter planejamento realístico e, assim, resultado evidente. De acordo com Maria, este é um trabalho que exige colaboração. Sendo assim, as cidades que fazem bom planejamento a partir de diagnóstico detalhado e buscam colaboração com a iniciativa privada, universidades, terceiro setor e, principalmente, com o próprio cidadão, têm mais sucesso. “Para fazer seu planejamento e realizar um bom projeto de inovação, a cidade precisa se basear em dados. Temos avançado muito agora em data analytics. O que significa isso? Fornecer dados para os gestores, para que, com base nesses dados, possam aperfeiçoar os planejamentos e políticas públicas adequadas para a sua real situação. Por exemplo, criamos plataforma que mostrava como as pessoas estavam se comportando em relação ao isolamento social. Fornecemos para os administradores informações praticamente em tempo real de onde as pessoas estavam, se se deslocavam ou se estavam paradas em casa. Tudo isso anonimizado, respeitando a LGPD, mas trazendo informações para que o poder público pudesse pensar ações de acordo com a movimentação”, explica.
As soluções na prática
Segurança, transporte, saúde e educação são destaques quando se trata de inovações que estão em desenvolvimento e até mesmo já em uso no Brasil. Seja um vídeo monitoramento ou solução mais simples que engaje o cidadão, que está 100% do tempo conectado em seu smartphone, para participar da segurança. A executiva comenta que já existem aplicações pelas quais a pessoa consegue acionar botão de pânico ou até comunicar evento de emergência. “O cidadão consegue através de plataforma e recursos de segurança, com seu smartphone, acionar a central da cidade para reportar o fato e, inclusive, municiar de informações os responsáveis para que a abordagem na rua seja mais efetiva. Isso é simples, temos soluções para tal e temos mostrado para as cidades”, explica Maria.
Com relação ao transporte, as inovações podem ajudar na mobilidade, garantindo que a população otimize seu tempo de deslocamento e melhore a qualidade de vida. Maria explica que já existe cobertura de geração de internet das coisas (IoT) que alcança muitas cidades e, com isso, é possível monitorar os deslocamentos nas áreas, identificando pontos de paralisação, veículos na pista que precisam ser retirados e até mesmo fornecer dados para melhor organização das frotas de ônibus nas ruas.
Para saúde, a telemedicina teve avanço de destaque nos últimos dois anos e as inovações dão suporte para as unidades básicas de saúde (UBS) e proporcionam serviço acessível, com segurança e praticidade, para possibilitar atendimento a mais pessoas, evitando deslocamento desnecessário, principalmente em tempos pandêmicos. Também diante das transformações causadas pelo isolamento social, a educação foi outra área de destaque, para que se torna-se possível o ensino a distância (EAD).
*Crédito da imagem do topo: Steven Arenas/Pexels
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