4 conselhos de Robert Rodriguez sobre criatividade
Responsável por longas como Sin City e Um Drink no Inferno, cineasta texano compartilha dicas para impulsionar as ideias e o fazer criativo
Responsável por longas como Sin City e Um Drink no Inferno, cineasta texano compartilha dicas para impulsionar as ideias e o fazer criativo
Isabella Lessa
10 de março de 2025 - 6h00
Robert Rodriguez e Alexis Garcia (Crédito: Isabella Lessa)
Em um ballroom não muito distante do D, mas consideravelmente menor, Robert Rodriguez falou a uma atenta audiência se ver livre das amarras de Hollywood é algo positivo para a carreira dos cineastas.
Na esteira dessa tese, o diretor de longas como Sin City, Um Drink no Inferno, Prova Final e Pequenos Espiões, deu algumas dicas sobre como exercitar a criatividade.
Munido de um fichário com anotações sobre o painel, Rodriguez contou à plateia que nunca soube que Sin City seria um sucesso, pois seu processo criativo se resume a tomar riscos. Veja alguns dos conselhos criativos dados pelo cineasta:
“Isso tem um significado quando se é jovem e torna-se mais importante à medida que se envelhece. Queira estar próximo a pessoas que estão atingindo aquilo que você gostaria de atingir. Ficar perto delas eleva sua barra. É o que chamo de fenômeno da proximidade. Quando meu círculo de amigos deixou de ser os do ensino médio e passou a ser formado por Quentin Tarantino, James Cameron e George Lucas, não dava mais para não tentar ser inovador”.
“Faço muitos trabalhos diferentes dentro do filme. É assim que se aprende a aprender. De repente, você terá todo tipo de ideias originais e verá seu futuro todo diante de si. Mesmo que não aprenda nada, só de ver o processo, já ajuda. Uma vez peguei um avião para fazer uma master class com um amigo pintor. Aprendi, enquanto ele pintava um retrato do Mick Jagger, que não havia truques no que ele fazia. Aquela proximidade abriu minha mente. Temos esse bloqueio de achar que simplesmente não sabemos fazer algo. Consegui pintar e, desde então, ensino meus atores a pintar”.
“Você descobre que está pronto quando quase terminou o projeto, não antes. Porque muitas das respostas não vêm atém que você esteja na mesa. Elas virão quando você estiver trabalhando. Assim como na vida”.
“Cometi um monte de erros e foi por isso que escrevi esse livro. As pessoas me perguntavam: ‘Você escreveu esse livro porque sabia que o filme seria um sucesso? Não, escrevi como um diário do meu fracasso. Sabia que iria estragar tudo. Quis escrever tudo que fiz de errado para que quando fizesse a sequência, não repetisse o erro. Mas então a história se tornou um sucesso. Mas o objetivo inicial era rastrear erros. Nunca se deve ter medo de cometer um erro porque se aprende a partir deles. Meus maiores sucessos vieram dos meus maiores fracassos. Não tenha medo de seguir em frente. Não espere estar pronto”.
Rodriguez subiu ao palco do festival acompanhado Alexis Garcia, com quem montou a Brass Knuckles, iniciativa que foi anunciada logo no início da sessão. A joint venture é fruto da parceria da Troublemaker Studios, fundada por Rodriguez, e a Cat 5, fundada e presidida por Garcia.
A intenção da dupla é alavancar a realização de filmes independentes de ação no Texas, estado natal de Rodriguez, nascido em San Antonio. Ele inclusive estudou na Universidade do Texas, que fica em Austin, onde acontece o South by Southwest (SXSW).
A ideia por trás do empreendimento é permitir que os fãs sejam investidores dos filmes. Para isso, a pessoa precisa enviar para Rodriguez em pessoa um pitch com uma ideia de filme. Caso a ideia seja aceita, a próxima fase é apresentar a ideia ao diretor pessoalmente. A ideia vencedora será desenvolvida pela Brass Knuckles.
“É o fã que movimenta o negócio, então ele deveria ter participação no sucesso disso. A Brass Knuckles é sobre isso. É a chance de ser não somente um fã investidor, mas um cocriador”, disse Rodriguez.
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