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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

A arte de Esther Perel em conduzir visões diferentes

O futuro é algo que a gente cria – e não algo que simplesmente acontece


12 de março de 2025 - 14h30

Tive a chance de acompanhar um painel-podcast mediado pela incrível psicoterapeuta Esther Perel, com a participação da futurista Amy Webb e do ex-chief innovation evangelist do Google, Frederik G. Pferdt – que, segundo a própria Esther, nem se considera um futurista. O papo girou em torno do futuro e de como nossas escolhas, conexões e incertezas moldam o que vem por aí. E, claro, trouxe um baita desafio para Esther: equilibrar a conversa entre dois convidados com visões completamente opostas.

O debate logo se expandiu para temas como longevidade, saúde emocional e o impacto das nossas decisões no futuro. Amy trouxe um olhar super pragmático, lembrando que o futuro não é um destino fixo, mas algo que a gente constrói com as escolhas de hoje. Ela também alertou para os riscos da inteligência artificial e da robótica, principalmente se a gente não entender direito quem está desenvolvendo essas tecnologias e como elas estão sendo usadas.

Por outro lado, Frederik reforçou a ideia de que o futuro é algo que a gente cria – e não algo que simplesmente acontece. Ele destacou que, quando pensamos no futuro, sempre nos imaginamos com alguém e em algum lugar. A partir disso, ele falou sobre como nossas decisões precisam estar alinhadas com essa visão e sobre a importância das conexões humanas e da empatia nesse processo.

A grande virada do painel rolou quando as opiniões começaram a divergir de verdade. Hoje em dia, parece que a gente desaprendeu a discordar. Seja no trabalho ou na vida pessoal, evitamos debates e conversas difíceis, o que acaba deixando tudo meio superficial. Mas foi aí que a Esther brilhou: em vez de tentar minimizar o conflito, ela soube conduzir a conversa de um jeito construtivo, mostrando que ideias opostas podem se complementar e que, no fim, é desse choque de ideias que surgem novos pontos de vista.

No meio da discussão, ficou claro o quanto a diversidade de opiniões é essencial. Mesmo discordando, os participantes acabavam chegando a algumas conclusões parecidas. “Em tempos de incerteza, as pessoas tendem a agir de forma mais egoísta”, disse um. “Mas o egoísmo pode ter um lado positivo, se for voltado para o bem-estar, a gratidão e a felicidade”, argumentou outro.

No fim das contas, o recado foi direto: o futuro tá nas nossas mãos, e a gente pode moldá-lo como quiser. Tudo começa com as escolhas que fazemos hoje – seja em relação à tecnologia, aos outros ou a nós mesmos. O segredo? Equilibrar a liberdade individual com a responsabilidade coletiva. E, mais do que isso, aprender a se sentir confortável no desconforto. Porque é assim que a gente cresce.

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