A palestra insuperável de Alysson Muotri, que todo brasileiro precisa ver
Assinar
De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

A palestra insuperável de Alysson Muotri, que todo brasileiro precisa ver

Brasileiro e professor da Universidade da Califórnia em San Diego, está recriando o cérebro humano em laboratório para entender doenças como autismo e Alzheimer, explorar a consciência e transformar a IA


8 de março de 2025 - 14h48

O SXSW começou e, como era de se esperar, a programação está lotada de temas que dominam as conversas sobre o futuro: inteligência artificial, inovação, big data, o impacto da tecnologia na criatividade.

Mas foi um neurocientista – e não um especialista em IA ou um futurista do Vale do Silício – que fez meu cérebro explodir logo no primeiro dia.

Alysson Muotri, brasileiro e professor da Universidade da Califórnia em San Diego, está recriando o cérebro humano em laboratório para entender doenças como autismo e Alzheimer, explorar a consciência e transformar a IA. Sua pesquisa já chegou ao espaço: seus mini-cérebros estão na Estação Espacial Internacional, ajudando a NASA a estudar o envelhecimento cerebral – um passo essencial para a exploração interplanetária.

Entre tantos avanços tecnológicos, às vezes esquecemos que entender o cérebro pode ser a chave para muito mais do que imaginamos.

Como ele mesmo disse: “Uma criança aprende o que é uma bola com apenas uma explicação, enquanto a inteligência artificial precisa de enormes quantidades de dados e energia. Se entendermos como o cérebro humano aprende, podemos revolucionar a IA.”

E a pesquisa dele também cruza com o conhecimento ancestral: ele trabalha em parceria com comunidades indígenas da Amazônia para identificar moléculas naturais que podem ser a chave para novos tratamentos neurológicos.

Enquanto muitos olham para o futuro através da tecnologia, ele busca respostas no passado e na natureza, provando que inovação e tradição não são opostos.

O que me pegou nessa palestra foi justamente isso: a capacidade do SXSW de surpreender. Vim para mergulhar em discussões sobre IA, futuro do trabalho, tendências tecnológicas.

Mas, no meio disso tudo, foi um neurocientista brasileiro quem me tirou do lugar comum. E é aí que eu consigo comprovar o que muita gente me falava sobre esse evento: uma oportunidade de aprender sobre o que não estava no radar, de conectar pontos improváveis, de sair da bolha.

Curioso ou não, no meio de tantas inovações sobre máquinas, foi uma palestra sobre o cérebro humano que me fez pensar (ainda) maior.

Publicidade

Compartilhe