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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

A Revolução do Agora: Consumidores no Centro da Mudança

Nada do que vou compartilhar aqui é novidade, mas às vezes o óbvio precisa ser dito para que possamos virar uma chave e dar um próximo passo olhando para a mudança


15 de março de 2024 - 15h43

O SXSW me proporcionou uma expansão de conhecimento sobre assuntos que não estão presentes no meu dia a dia, mas que são super pertinentes no movimento da vida como um todo.

Muito se fala sobre AI (inteligência artificial), as projeções e teorias sobre o futuro e como as coisas serão daqui a alguns anos. Uma mistura de filme de terror com suspense. A tensão prevalece e o final muitas vezes já foi contado desde o começo do filme.

É legal teorizar e muito importante se informar. Mas o que me despertou curiosidade, no meio de tantas possibilidades, foi o AGORA. Como as empresas, marcas e times estão se desenvolvendo e estruturando em relação às suas estratégias e movimentos? Como os gaps geracionais estão afetando o consumo e a troca do consumidor com a marca? Como essas organizações estão crescendo e no que estão investindo e apostando?

A VP Global de Brand Marketing da Stanley, Jenn Reeves, comentou que a virada de chave e de posicionamento da marca, de três anos para cá, se deu por deixar o time de marketing e conteúdo ser guiado só por mulheres. Isso mudou a percepção interna em relação aos produtos, variação de cores e comportamento dessa consumidora. Além disso, a maior estratégia da marca está na relação direta, real e contínua com suas consumidoras, principalmente a geração Z. É sobre realmente usar a comunidade como input de criação não só para conteúdo, mas também para produto, sempre de forma rápida e ágil, tendo um time atento e dedicado a essa percepção e troca.

Já que estamos falando de agilidade, esse termo também surgiu em uma sessão sobre inovação e design. Eram quatro grandes nomes, ocupando grandes cargos em grandes empresas: Mattel, Google, PepsiCo e Dentsu. A agilidade, nesse caso, veio atrelada à capacidade de inovação. E muito se falou de como essa percepção ativa acelera o crescimento dessas empresas como marca e produto. Que também existe o olhar para a diversidade de mentes nos times e na criação de ações e programas feitos pela marca.

Quando escutamos que a era das redes sociais está acabando, pode soar um pouco/muito sensacionalista. Mas o que John Dempsey (General Manager-Bodega) e Krystle Walter (Head of Creative Agency Partnerships-TikTok) quiseram dizer com isso? Que agora estamos vivendo a era da cultura. O pertencer das pessoas vem a partir do perceber. Percepção essa que não está mais só atrelada ao valor da marca, mas sim, como essa marca se preocupa comigo. Se ela me escuta? Como ela me trata? Tenho uma voz ativa? Então eu quero consumir e contribuir.

E, por fim, como transformar toda essa percepção e atenção em relação ao consumidor em ação? Tudo fez sentido, na minha cabeça, após escutar sobre o modelo de negócios da MasterClass, sim, a empresa que vende cursos. Mais uma vez, o storytelling surgiu como a maneira mais eficaz de gerar conexão e passar a mensagem. Mas o que ficou claro é que as marcas podem até aplicar essa técnica nas suas comunicações internas e externas. Mas o diferencial e a principal extensão do storytelling é a linguagem. É aí que a mágica acontece e eu consigo me conectar com a minha e com outras comunidades.

Todo esse overview foi para dizer que, mais do que nunca, veremos movimentos internos e times sendo montados com o foco unicamente em entender, pesquisar e trabalhar a troca com os seus consumidores com a intenção de criar uma relação mais profunda. O resultado dessa construção de relação (informação, feedback, visão e percepção) valerá ouro para as organizações. O que antes era uma pesquisa anual ou semestral, um estudo externo ou uma estratégia de CRM com o foco na revenda, agora, virou o centro de tudo. Quanto mais entendermos que não é sobre vender, dropar, lançar e sim sobre escutarmos o que as pessoas querem e como elas estão se sentindo, mais assertivas serão nossas decisões e estratégias. A decisão final não será mais de um grande cargo apostando em um sentimento e visão própria, e sim, a base interna e externa comunicando uma visão e sentimento em comum.

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