A verdadeira fonte da juventude
Células tronco e a longevidade
Células tronco e a longevidade
10 de março de 2025 - 11h42
53 bilhões de dólares. Este é o valor gasto anualmente em produtos de rejuvenescimento. E segundo Rob Singer, Ph.D da universidade de Stanford e palestrante na sessão “Guardians of Youth: Stem Cells and Human Longevity”, esse é um dinheiro muito mal gasto. Ele que é um dos maiores especialistas no estudo com células tronco, diz que a verdadeira fonte da juventude está em nosso corpo e são justamente o seu objeto de estudo.
Rob começa a sua palestra perguntando à audiência: se vocês pudessem escolher entre duas opções, sendo A, viver até os 90 anos, mas começar a ter doenças com 63 anos ou B, viver até os 80 anos, mas sem doenças, qual escolheriam? Todos levantam a mão para a opção B. Ele explica que, enquanto a expectativa de vida nos EUA é de 77 anos, a grande maioria das pessoas começa a ter algum tipo de doença aos 63 anos. As 4 principais doenças que matam são o câncer, o Alzheimer, a diabetes e as doenças do coração. Todas começam a se manifestar com o avanço da idade, em média por volta dos 63. E é aí que as células tronco podem entrar pra ajudar.
O ser humano tem bilhões e bilhões de células de diferentes tipos em seu organismo, porém somente umas 100 mil células tronco, que são responsáveis pela produção e regeneração de outras células, como plaquetas, células vermelhas, células T e células B. Ou seja, quanto mais células tronco possam trabalhar para produzir outras células de forma regenerativa, mais elas combatem os efeitos do envelhecimento, retardando o aparecimento de alguma das 4 doenças que mais matam.
A questão é então, como preservar as células tronco e evitar que elas envelheçam e deixem de produzir outras células? A resposta, segundo indicam as pesquisas, está em controlar o stress. Este é o principal fator, afirma Rob, que afeta as células tronco e, consequentemente, acelera o envelhecimento. Para provar seu ponto, ele coloca na tela fotos de Obama e de Jorge Bush em seus primeiros dias de mandato como presidentes dos EUA e, depois, em seus últimos dias de mandato, evidenciando o efeito de aceleração do envelhecimento. É notório ver como em 8 anos ambos envelhecem muito, indicando que o stress do cargo lhes teria causado este resultado.
Parece então fácil resolver o problema, basta não se estressar mais, certo? Como se isso fosse assim tão fácil. Neste mundo de tantas incertezas, de extrema competitividade, de perigos internos e externos, parece que a decisão de não se estressar é tão irreal quanto a de decidir não sentir calor no verão. Mas não é. Porque se fisiologicamente não somos capazes de evitar que nosso corpo reaja ao calor extremo, temos sim a capacidade de controlar nossas reações a situações de stress, através de técnicas de respiração, meditação, mindfulness. Todos sabemos que se estressar não nos gera sentimentos bons. Mas se, além disso, soubermos que vamos ganhar alguns bons anos de vida, sem doenças, talvez tenhamos um incentivo maior para começar a reagir de forma melhor às situações que nos geram stress. Eu prometo que vou tentar.
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