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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Afinal, o que os futuristas estão deixando passar?

Concorda comigo que o futuro pertence aos encanadores?


15 de março de 2024 - 10h00

Explico. Todo mundo sabe que a vedete do SXSW 24 está sendo a AI, certo ?

Em Stanford, onde estudo, prédios e prédios inteiros vêm estudando tudo o que se possa imaginar sobre Inteligência Artificial Generativa, de todos os ângulos, verticais e horizontais.

Os departamentos de engenharia estão recebendo caminhões de dinheiro para pesquisa e os alunos estão sendo metralhados por grandes corporações. Todos correm para tentar acelerar a formação dos jovens que em breve assumirão importantes postos nas mais diversas indústrias.

Daí chego no SXSW e vejo a trilha de AI invadir quase todas as outras trilhas. Incluindo as de Wellness e Psicodélicos.

Como diz o professor Bret Waters, cujo livro sobre empreendedorismo será lançado no Brasil, em abril, basta colocar AI no nome da empresa para chover investimentos, organicamente.

Mas e aí?

Vamos correr atrás do prejuízo para não perder o bonde e o espaço?

Até podemos!

Mas as grandes empresas já estão anos a frente. E se você não criar uma solução extremanete disruptiva, já estará atrasado para este capítulo.

AI deve ser comoditie logo mais. Quem não tiver, estará defasado. Com isso, a indústria deve absorver toda a mão de obra especializada.

Bummer!!

Para fazer bagunça nas sinapses, vamos misturar outra trilha SXSW aqui:

Futuro do trabalho e 2050.

Há um consenso entre os palestrantes de que a pirâmide populacional está invertida em termos de crescimento.

E isso deve mudar o cenário da geoeconomia mundial.

Já não é tendência, e sim realidade que estamos produzindo menos gente.

Duas pessoas estão produzindo uma única. Os números não batem, mas as pesquisas são claras e mostram o declinio no crescimento populacional.

Ou seja, menos gente jovem num mundo de gente velha.

Nós, “Velhos”, seremos – hopefully- mais sábios. Só que não teremos a agilidade, nem “saco”, para fazer as atividades cotidianas repetitivas ou pouco intuitivas .

Daí a VR e a AI se unem para substituir, sim e sem melindres, os humanos que estarão faltando no mundo.

Nossa geração é mimada.

Temos “desejos” que colocamos à frente de necessidades. Valorizamos “concierges” que fazem, trazem, descobrem e apoiam, certo?

Sim. Muito!

A máquina ajuda e muito a continuarmos a ter o conforto e os privilégios que conquistamos na vida. Uma máquina treinadinha é a nossa segurança de tranquilidade futura.

Pera!

Então… what is the next big thing mesmo?

Bora adivinhar (especialidade dos futuristas) com exercícios de lógica.

Se todos estarão focados em desenvolver as máquinas.

Se as máquinas substituirão e solucionarão a falta de recursos humanos que precisamos para manter o mesmo nível de “vantagens” que temos hoje…

O que a máquina não consegue fazer?

Trocar lâmpada !!

Arrumar carro mecânico!

Trocar chuveiro!

Desentupir ralo de banheiro com tufos de cabelo de famílias inteiras!

Ou seja, as atividades que aprendemos a fazer com as mãos carecem cada vez mais de “executores” e fornecedores qualidade para serem feitas. De tão escasso, será que isso vira diamante?

As escolas americanas que ensinam mecânica automotiva no high school e usam o tempo para treinar as crianças a rotinas domésticas nem sabem o quanto estão sendo disruptivas em tirar a tabuada e a decoreba de tabela periódica .

Querem ficar ricos? Ter o próximo unicórnio?

Bora achar uma forma de clonar, hackear, produzir eletricistas, encanadores, gente que usa o cérebro e mãos em harmonia para solucionar problemas. Esses, o chatGPT e seus filhotes não substituem.

É a dica que Amy Webb e a sua equipe enorme que trouxe para o festival esqueceram de falar. (Por sinal, genial ela criar um titulo e uma nova industria para liderar … Strategic Foresight … brilhante como sempre) .Assim como todos os outros futuristas que hoje falam da commodity do AI.

Resumindo …

Ensinem aos seus filhos dotes manuais.

Hoje. Antes que seja tarde e acabem tendo que esperar tempos nas filas de serviços básicos. Ou tenham recursos para substituir tudo por produtos AI , que por sua vez geram mais necessidades de máquinas para concertá-las .

O futuro pertence aos humanos mesm …

nada sexy, né? …

hoje!

Veremos amanhã!

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