Amy Gallo: o passo a passo para o conflito saudável
Especialista em trabalho e autora da Harvard Business Review defende a resolução de conflito para criar ambientes saudáveis e eficientes
Especialista em trabalho e autora da Harvard Business Review defende a resolução de conflito para criar ambientes saudáveis e eficientes
Thaís Monteiro
10 de março de 2024 - 18h18
O conflito é inevitável, pois é parte da natureza humana. No ambiente de trabalho, não é diferente. Fingir que não existem conflitos cria o que Amy Gallo define como “harmonia artificial”, em que o time alimenta uma fachada de boa convivência, mas alimentam tensões, ressentimento e opiniões não ditas. Segundo a especialista em trabalho e autora da Harvard Business Review, Amy Gallo, é importante se permitir cair, lidar com os conflitos para, então, recuperar o equilíbrio.
O contrário da “harmonia artificial” é o que Amy define como “out brawls, um time que tem conflitos constantes. Idealmente, o time deveria caminhar para conflitos saudáveis, aqueles que agregam aprendizados para a equipe, que impulsiona em prol de um objetivo.
Conflitos desnecessários ou prejudiciais são aqueles que interrompem processos e prejudicam o avanço. Segundo Amy, os principais conflitos desnecessários surgem a partir de diferenças na comunicação, padrões de desempenho opacos, prazos irrazoáveis e expectativas não claras.
A especialista defende que os líderes devem aprender a resolver os conflitos, já que eles influenciam a cultura do time. “Enquanto líder, você pode ter assistência do seu chefe ou dos recursos humanos, mas a responsabilidade é sua”, disse.
Conforme Amy, para resolver conflitos, necessário identificar tensões e aprender a navegar por elas. A painelista apresentou cinco táticas para lidar com cenários conflituosos em local de trabalho.
A primeira delas envolve aceitar que conflitos são parte da natureza humana e, a partir disso, manter uma postura calma e confortável com o surgimento deles. Assim, a equipe também fica confortável com a situação de conflito. Para a pesquisadora, é importante saber diferenciar a divergência de opiniões da maldade e promover troca de opiniões. Ela ainda sublinhou que o líder deve se afastar da necessidade de ser querido pelo time.
Em segundo lugar, Gallo sugere que os membros de equipes devem se conhecer melhor, pois essa troca torna a intensidade dos conflitos menores e a empatia maior.
Como terceira dica, ela recomenda a criação de regras sobre como a equipe quer trabalhar no projeto, quais são as expectativas, como irão lidar com conflitos que advém do projeto e entre outros, além de ouvir ativamente e comunicar com clareza sentimentos e frustrações.
Em quarto lugar, está a fofoca. Para a especialista, a fofoca tem aspectos positivos e negativos em ambiente de trabalho. Ela ajuda no compartilhamento de informações e na formação de vínculo. Ao mesmo tempo, ela pode gerar desconforto e machucar membros de uma mesma equipe. Ela recomenda que as fofocas sejam feitas de forma neutra, sem negatividade implícita ou explícita. Outra alternativa é fomentar o feedback direto, o que diminui a necessidade da fofoca.”,
A última recomendação é aprofundar o compromisso com a segurança psicológica, ou seja, criar um ambiente propício para expressar ideias, preocupações, admitir erros e etc. O erro pode gerar aprendizados. “Funcionários mais efetivos também são aqueles que somavam mais erros”, contou. Para um ambiente seguro psicologicamente, Amy recomenda que os times mantenham uma relação de carinho e preocupação, consistência e honestidade.
“Temos que nos apoiarmos, investir no sucesso uns dos outros. Não significa ser melhor amigo. O segundo pilar é consistência, agir de forma previsível e confiável. No pilar da honestidade, devemos falar o que queremos dizer e não termos medo de relatar notícias ruins”, pontuou.
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