Amy Webb na SXSW 2024: Navegando na Superonda Tecnológica

13 de março de 2024 - 10h00

A experiência no SXSW 2024 está sendo repleta de desafios ao tentar destilar a vasta quantidade e qualidade de palestras que compõem o evento, tornando-se verdadeiramente o apogeu do FOMO (Fear of Missing Out). Entre as diversas apresentações, destaca-se a palestra da Prof. Amy Webb, que traçou uma narrativa envolvente sobre o futuro, explorando a convergência de Inteligência Artificial (IA), ecossistemas conectados e biotecnologia que dão origem a um superciclo tecnológico inédito.

Por isso, minha segunda matéria sobre essa fantástica experiência em Austin, vai focar em compartilhar os insights gerados pela Professora, CEO do Future Today Institute.

Amy enfatizou a importância crítica da previsão estratégica e da resiliência organizacional. Ao abordar as atuais tendências tecnológicas, ofereceu uma visão vívida dos avanços em IA. Descrevendo o momento como um “Êxtase Tecnológico”, Webb argumentou que esses avanços estão convergindo para formar um superciclo transformador, impactando todos os aspectos da economia. Os detalhes sobre esse superciclo destacaram sua singularidade em relação aos predecessores.

No segmento sobre previsão estratégica e as ondas da inovação, Webb enfatizou uma intensa onda de inovação remodelando a existência humana, gerando medo, incerteza e um novo FOMO entre os líderes, o FUD (Fear Uncertainty Doubts) trazendo um forte sentimento de “incertezas e dúvidas”. Essa expressão reflete a constante ansiedade e preocupação que muitos líderes de negócios enfrentam sobre o que o futuro reserva em termos de sociedade, empregabilidade e o destino de suas famílias. Amy observou que esse estado permanente de apreensão está afetando a serenidade e a capacidade de manter o otimismo e continuou a ressaltar a necessidade de previsão para compreender e preparar-se para o futuro.

As percepções apresentadas por Amy Webb no 17º Relatório Anual de Tendências Tecnológicas proporcionaram uma visão abrangente de 695 tendências e 95 cenários em várias indústrias. A IA emergiu como a peça central do superciclo tecnológico. A discussão abrangeu os desafios da IA não segura, com Webb alertando sobre perigos potenciais, especialmente no que diz respeito ao conteúdo gerado por IA, de forma irresponsável e sem uma rígida disciplina ético-legislativa.

O tópico sobre como será a computação futura e as preocupações com a privacidade destacou a potencial ubiquidade dos “computadores faciais”, como pioneirizados por empresas como MIT, IBM Watson e Apple. Webb explorou as intrincadas operações desses computadores faciais, prevendo pensamentos e ações por meio dos movimentos pupilares, enquanto levantava preocupações com a privacidade em um mundo onde o movimento é rastreado e monetizado e até profetizado, o tempo todo

A discussão evoluiu para a interseção de biologia e IA, explorando como a biotecnologia pode revolucionar a computação. O potencial de biocomputadores feitos a partir de células cerebrais humanas foi revelado, com grande entusiasmo por alguns, e medo por outros. O conceito de cultivar computadores usando organóides como fonte foi outro tema disruptivo, abrindo novas fronteiras nas possibilidades tecnológicas.

No final da palestra, a Amy Webb propôs a criação de um “Departamento de Transição” para ajudar empresas a se adaptarem ao superciclo tecnológico. O que me parece fundamental para os equilíbrios sociais futuros do planeta.

Resumindo, pensamos, por exemplo, em uma transição de carreira, porém passando de um trabalho do passado a um trabalho do futuro, ou a um sistema previdencial que possa suportar todos os novos desempregados que a IA provocar. Destacou a importância do mapeamento de redes de valor para o sucesso empresarial em um mundo impulsionado cada vez mais pela tecnologia. A palestra de Amy Webb proporcionou uma visão abrangente e provocativa sobre as atuais e futuras tendências tecnológicas, instigando os participantes a refletirem sobre as implicações dessas inovações e a agirem proativamente para moldar um futuro consciente e preparado para as mudanças tecnológicas.