Energia, drogas e IA: as tecnologias inovadoras de 2024
CEO do MIT Technology Review, Elizabeth Bramson-Boudreau, apresentou os conceitos e tecnologias em ponto crítico de desenvolvimento que devem transformar a sociedade
CEO do MIT Technology Review, Elizabeth Bramson-Boudreau, apresentou os conceitos e tecnologias em ponto crítico de desenvolvimento que devem transformar a sociedade
Taís Farias
8 de março de 2024 - 19h09
O objetivo do painel era apresentar as 10 tecnologias inovadoras de 2024 e como seu impacto pode moldar os rumos do que está por vir. Mas Elizabeth Bramson-Boudreau, CEO do MIT Technology Review, fugiu da rota. A abertura de seu painel foi um clamor pelo jornalismo. No telão, ela projetou manchetes de uma série de veículos que, nos últimos anos, descontinuaram suas publicações ou precisaram fazer cortes em suas equipes de tecnologia e ciência, como National Geographic, Popular Science e Wired.
Com isso, ela pediu apoio aos presentes não só para o próprio MIT Technology Review, mas para o jornalismo e a produção de conteúdo profissional. Dado o tom, Elizabeth seguiu para o que vem sendo uma das alternativas do MIT para ajudar o público em meio a um contexto complexo. A lista de 10 tecnologias inovadoras é realizada desde 2001 e os itens são indicados pelos jornalistas do e refinados em uma série de deliberações.
Mais do que revelar conceitos novos, o relatório indica tecnologias que estão em um ponto crítico de desenvolvimento, seja ele qual for. A lista também não se limita a elencar apenas tecnologias que trarão resultados positivos à sociedade. O foco, em questão, é o impacto dos conceitos na vida como conhecemos. Boudreau citou o exemplo dos drones que à medida que alcançam um preço mais barato e se popularizam podem ser usados em contexto de guerra.
Ainda que este não seja um uso positivo da tecnologia, ele, sem dúvida, representaria um ponto de virada com impacto na sociedade. Confira as tecnologias inovadoras de 2024, segundo o MIT Technology Review:
Assim como no festival, a inteligência artificial também recebeu destaque do MIT Technology Review. Apesar de já ter sido elencada na lista em outros anos, a IA passaria por um novo ponto crítico. “Estamos agora em uma era em que o público está interagindo diretamente com a IA”, apontou a CEO. O tom usado, no entanto, passa longe do eufórico. Em 2024, a IA suscitaria discussões sobre os preconceitos contidos nos algoritmos que, segundo a Elizabeth, não devem ser combatidos com facilidade, assim como os riscos de desinformação e os custos sociais e ambientais.
O desenvolvimento de placas solares, cerca de 50% mais eficientes que as usadas atualmente, seria um dos destaques de 2024. A Oxford PV, empresa criada como spin-off da Universidade de Oxford, é uma das envolvidas na empreitada que usa célula solar de perovskita, um composto mineral capaz de absorver luz em quase todos os comprimentos de onda visíveis.
Disponibilizado no mercado mundial no mês passado, o Apple Vision Pro entrou na lista de tecnologias inovadoras de 2024. Para o MIT, a resolução incluída no headset, superior à dos similares produzidos por empresas de tecnologia concorrentes, seria responsável por uma experiência de imersão inédita. Essa seria uma evolução do que a companhia batiza como computadores faciais.
No universo da saúde, o avanço das drogas usadas para perda de peso entrou como parte a lista. Medicamentos como Ozempic e Wegovy, da Novo Nordisk – desenvolvidos para o controle de diabetes – estariam sendo usadas por pelo menos 2% da população norte-americana e cerca de 70 novas drogas estariam em desenvolvimento. A proposta dos medicamentos seria, além de provocar o emagrecimento, gerar efeitos positivos no corpo humanos.
Limpa e renovável, a energia geotérmica é gerada a partir do calor do interior da Terra e é acessível em poucos pontos do planeta. No entanto, algumas empresas privadas estão investindo em sistemas geotérmicos aprimorados, que envolvem a perfuração artificial de rochas para expandir o potencial dessa fonte de energia. Um dos exponentes nessa busca seria a startup Fervo, que já realizou testes nos Estados Unidos. A controvérsia, nesse caso, seria o risco de gerar abalos geológicos como terremotos.
Se um dia os chips já foram considerados a menor unidade em tecnologia, os chiplets ultrapassaram essa barreira. Na prática, eles são chips ainda menores e especializados que podem ser interligados e combinados. Os chiplets são uma das apostas do setor para a criação de máquinas mais compactas e poderosas.
A ferramenta de edição genética, conhecida como Crispr, ganhou seu primeiro caso de uso com aprovação regulamentada pela agência federal responsável dos Estados Unidos pela sua capacidade de curar doença falciforme. A droga trabalha na edição genética para que o corpo volte a produzir hemoglobina sem anormalidades.
Os computadores de exaescala recebem esse nome por conseguir realizar um bilhão de bilhões de operações por segundo (1018 FLOPS). Com eles, os cientistas conseguirão realizar simulações mais precisas em clima, fissão nuclear, turbulência e muito mais.
Em tom bem-humorado, Elizabeth Bramson-Boudreau apresentou as bombas de calor como uma “tecnologia velha”, capaz de transferir calor de uma fonte fria para uma fonte quente. Porém, com a crise de distribuição de gás causada pela Guerra na Ucrânica, as vendas desse dispositivo de aquecimento dispararam nos Estados Unidos e na Europa.
Batizado pelo MIT de Twitter Killers, aqui estão todos os aplicativos que surgem para atender o público e os anunciantes descontentes com as mudanças trazidos por Elon Musk para o então Twitter. O relatório citou apps como Mastodon, Blue Sky e o próprio Threads da Meta, mas a CEO garantiu que “o real twitter killer é o Elon Musk”, afirmou.
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