14 de março de 2025 - 16h23
A evolução dos agentes de IA está criando uma nova camada entre marcas e consumidores. Em breve, as pessoas não tomarão mais decisões de compra sozinhas – seus assistentes de IA farão isso por elas. Essa mudança exigirá que as marcas reformulem completamente suas estratégias de marketing, saindo de abordagens diretas para estratégias voltadas a esses novos intermediários digitais.
Para quem ainda não está familiarizado com o termo, um agente de IA escolhe o melhor produto com base nas preferências do usuário e seu histórico de compras. Mas, chegará o momento em que o seu assistente robô vai negociar preços e rejeitar anúncios irrelevantes para você! Logo mais, eles estarão embutidos em assistentes como ChatGPT, Google Gemini, Apple Siri, e super apps conectados ao e-commerce.
Como a publicidade evoluiu do offline para o digital e depois para o mobile-first, agora estamos entrando em uma nova era: AI-first marketing. Se no passado o desafio era otimizar campanhas para o Google, redes sociais e influenciadores, o novo desafio será termos relevância para agentes de IA tomarem decisões pelos consumidores.
Em termos de SEO, as empresas precisarão garantir que seus produtos estejam bem classificados nos algoritmos desses assistentes. Os influenciadores humanos perderão poder e a personalização extrema se tornará essencial: a IA recomendará apenas marcas que forem altamente contextuais e relevantes para o usuário. Na minha opinião, a marca que quer se manter relevantes nos próximos anos deve gerar dados estruturados e interfaces otimizadas desde já.
Nessa nova realidade os consumidores não serão mais os tomadores diretos de decisões de compra. Ganhará quem aprender mais rápido a vender para inteligências artificiais. O marketing deixará de ser apenas B2C (Business to Consumer) e passará a ser também B2A (Business to AI). As empresas que não se adaptarem perderão visibilidade, relevância e vendas para concorrentes que dominarem essa nova dinâmica.
É o fim da publicidade invasiva? Sim. Estaremos cada vez mais vivendo dentro de uma bolha, limitados a não conhecer o DIFERENTE? Sim. E é aí que mora o perigo. Muitos palestrantes e pessoas que conversei aqui temem que os agentes de IA virem uma muleta emocional para nossa geração.
Eu, que sou pai de adolescentes e vivo a luta diária de tirar os filhos de frente das telas, estarei empenhado para que isso não aconteça. Cada líder do nosso setor, desde as pequenas adtechs até às grandes corporações (como a que eu atuo, cujo público direto ultrapassa 1.5 milhões de pessoas) precisa fazer sua parte. Encerro meus dias em Austin levando comigo a certeza de que SAÚDE SOCIAL precisa permear todas nossas discussões daqui para frente.