Austin de Verde e Amarelo
Os brasileiros têm se apresentado há algum tempo como a segunda maior delegação de visitantes do SXSW
Os brasileiros têm se apresentado há algum tempo como a segunda maior delegação de visitantes do SXSW
14 de março de 2025 - 16h04
Talvez o SXSW tenha se tornado, ao longo dos últimos anos, a mais brasileira das conferências internacionais. Não por conta de uma predominância de conteúdos brasileiros em sua programação oficial, mas sim pela imensa adesão de um considerável público brasileiro ávido por novas oportunidades de aprendizado, de expansão cultural, de entretenimento, de negócios, de relacionamentos profissionais e pessoais ou, simplesmente, de diversão e turismo na charmosa e acolhedora cidade de Austin no Texas.
Durante os dias do famoso festival, nota-se nas ruas, hotéis, bares, restaurantes, cafés e locais de eventos uma quantidade gigantesca de pessoas conversando em alto e bom português do Brasil, com os inúmeros sotaques característicos das diversas regiões da nação canarinho.
Não à toa, os brasileiros têm se apresentado – já há algum tempo – como a segunda maior delegação de visitantes do SXSW, perdendo em quantidade apenas para os próprios americanos! São profissionais de tecnologia, de economia criativa, de cultura, de entretenimento, de publicidade, de saúde e das mais variadas áreas de interesse que saem de suas cidades no Brasil, investindo valores consideráveis em busca de uma experiência potencialmente transformadora e, na maioria das vezes, muito produtiva.
Com toda esta intensa movimentação verde e amarela, não é de se admirar que alguns cantinhos da cidade texana se preparem de maneira específica para recepcionar a turma do Brasil. Um grande exemplo é fornecido por um dos bares/night clubs mais animados da tradicional Rua 6 (6th street), chamado Pete’s Dueling Piano Bar.
A casa, como o nome pode sugerir, conta com dois pianos colocados frente a frente no palco (além de outros instrumentos coadjuvantes adicionais) e um time de talentosíssimos músicos que se revezam nos pianos, “duelando” e tocando diversos sucessos para o povo cantar e dançar junto.
Detalhe: há ainda o atendimento de uma extensa lista de pedidos musicais que vêm da plateia, transformando a experiência em algo ainda mais interativo. Para não deixar os pedidos em português de fora, um destes talentosos artistas – o multi-instrumentista americano Brent Bobbitt – entendeu bem a demanda dessa época do festival e acabou aprendendo a tocar e a cantar – na língua original! – alguns dos grandes sucessos da música brasileira, como “Não Quero Dinheiro”, “País Tropical” e “Evidências” (essa última também já virou uma espécie de hino dos brasileiros na noite de Austin).
E não para por aí. Brent hoje em dia já aprendeu a falar português e é reconhecido e abordado com entusiasmo por vários brasileiros que retribuem esse carinho do músico texano pela cultura e pelo “jeito de ser” brasileiros.
Este é só um exemplo de como a energia brasileira tem se misturado cada vez mais com a paisagem do próprio festival de Downtown Austin. Outro bom exemplo é a São Paulo House, estrutura montada pelo Governo do Estado de São Paulo em parceria com vários grupos importantes. Ainda na segunda edição, ou seja, projeto recém-criado, foi um dos principais e mais concorridos espaços multiculturais do SXSW 2025.
É, minha gente, espero que o SXSW fique cada vez mais verde e amarelo. Que seja um efervescente ponto de encontro de inúmeras iniciativas e mentes brilhantes brasileiras, gerando grandes parcerias e negócios. E que o Brasil fomente cada vez mais este espírito inovador e criativo que contamina o mundo a partir do incrível festival de Austin!
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