Austin se reinventa com o SXSW, mas inclui o público 50+?
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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Austin se reinventa com o SXSW, mas inclui o público 50+?

Uma introdução no SXSW para entender como a transformação de Austin dialoga com diferentes gerações no mercado e na cultura.


6 de março de 2025 - 12h07

Tenho vindo com mais frequência a Austin, acompanhar o início da vida acadêmica da minha filha caçula, que está cursando Neurociência na UT Austin. Desta vez, além de ficar mais próximo da Manu, estarei pela primeira vez no SXSW. Minha ideia é desvendar as transformações que ocorrem na cidade antes e depois deste evento que não apenas movimenta o cenário cultural e tecnológico, mas também modifica a dinâmica urbana e social, criando um ambiente eletrizante.

Austin se reinventa anualmente, impulsionada pela excelência acadêmica, com a UT e seus 52 mil alunos (42 mil na graduação) cravados no centro da cidade, próximo ao capitólio, mas, neste momento, “os longhorns” dão lugar ao protagonismo dos negócios e do mercado de trabalho. E, como já venho discutindo sobre isso a algum tempo, quero entender como essa mudança impacta as pessoas e se realmente abrange todas as gerações.

Austin sempre teve uma identidade própria, marcada por sua tradição universitária e um espírito inovador. No entanto, durante o SXSW, a cidade passa por uma metamorfose. O que antes era um polo acadêmico vibrante se transforma em um epicentro corporativo global, onde empresas, startups e empreendedores se reúnem para debater o futuro. Mas será que esse futuro inclui o público 50+? Será que há espaço para uma geração de profissionais maduros que ainda está ativa e busca oportunidades?

Nos últimos anos, temos visto um número crescente de empresas saindo ou dividindo sua presença no Vale do Silício e escolhendo Austin como seu lar. A cidade se tornou um ponto de convergência entre tecnologia e negócios, e esse movimento tem reflexos diretos na inclusão de diferentes faixas etárias no ambiente corporativo. Pergunto-me se essa transformação também acontece no SXSW. Minha ideia aqui é buscar referências sobre esse tema, identificar palestras, paineis e iniciativas que dialoguem com o público 50+ e entender se a cidade e o evento caminham na direção da inclusão geracional.

Ao preparar meu roteiro para o SXSW deste ano, algumas palestras chamam a atenção e eu as dividiria em 3 blocos: os 50+ como oportunidade de negócios, as pesquisas sobre envelhecimento e beleza e os paineis patrocinados sobre envelhecimento. Duas de negócios em que certamente estarei presente: “Meia-idade: uma oportunidade perdida para monetização” e “Jogos sem limites de idade: a oportunidade dos 50+”. São discussões interessantes e que mostram um movimento de abertura para reconhecer a importância desse público, no espectro do consumo. No entanto, não pode parar por aí. É essencial que o evento traga também debates sobre cultura, entretenimento, saúde, música e alimentação voltados para essa geração. A diversidade geracional não deve ser apenas um tema pontual, mas, sim, uma pauta integrada ao evento como um todo.

A experiência de explorar Austin neste momento de transição me permite ver a cidade sob uma nova ótica. Quero entender se essa energia inovadora acolhe todas as gerações, ou se, de alguma forma, seguimos perpetuando a ideia de que a inovação pertence apenas aos mais jovens. O evento tem o poder de impactar profundamente a cidade e os mercados que influencia – agora, resta saber se essa influência é verdadeiramente diversa e inclusiva para todas as idades.

Vamos juntos nessa jornada . Nos próximos dias, trarei reflexões e insights sobre como o evento segue moldando Austin e se, de fato, o público 50+ está presente nessa transformação.

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