Cansaço digital – estamos desaprendendo a construir conexões genuínas?
O cansaço digital costuma surgir pelo uso frequente de telas, sobrecarga de informações, excesso de tarefas e, claro, cada vez menos tempo de descanso
O cansaço digital costuma surgir pelo uso frequente de telas, sobrecarga de informações, excesso de tarefas e, claro, cada vez menos tempo de descanso
14 de março de 2025 - 14h00
Ainda aqui na borbulhante Austin, um dos ganchos que mais achei interessantes foram os insights da Jay Graber, CEO da Bluesky, onde ela comenta que as redes sociais atuais acabam criando uma chamada ‘enganação algorítmica’, ou seja, elas forçam que sejamos impactados por conteúdos virais e não incentivam discussões que sejam realmente significativas.
Segundo a CEO, o mundo ideal seria aquele em que nós, os usuários, pudéssemos ter uma verdadeira autonomia sobre quais conteúdos queremos consumir e, dentro de cada plataforma, quais regras desejamos seguir. Como isso seria possível?! Simples: por meio da aplicação de filtros que seriam aplicados aos feeds. Dessa forma, cada um de nós teríamos uma lista de conteúdos personalizados e não estaríamos sujeitos às regras centralizadas das plataformas.
É claro que para alcançarmos esse nível de maturidade, temos que, enquanto sociedade, discutirmos quais serão nossos parâmetros morais, éticos e de transparência para atuação no ambiente digital. Além disso, a provocação feita por Jay nos faz pensar sobre quais são os futuros das interações e, principalmente, a forma como temos dedicado grande parte do tempo às telas.
É aqui que quero compartilhar com vocês o ponto central deste texto: o cansaço digital! Para quem ainda não ouviu falar, o termo é referente aos sintomas de exaustão, ansiedade, depressão e até diminuição do interesse no trabalho. Ele costuma surgir justamente pelo uso frequente de telas, sobrecarga de informações, excesso de tarefas e, claro, cada vez menos tempo de descanso.
E sabe o pior?! Todos nós corremos o risco de passarmos por isso (e não apenas aqueles que são profissionais de tecnologia). Isso me faz refletir sobre o quanto o uso de tecnologias é essencial para evoluirmos em diversos aspectos da nossa vida pessoal e enquanto agentes da sociedade, mas também sobre o quanto a qualidade das nossas conexões (digitais ou não) acaba definindo a qualidade das nossas vidas.
Em um mundo hiperconectado, onde quase tudo que consumimos é ditado por máquinas e algoritmos que têm por premissa reduzir o tempo de algumas ações, entregar tudo sob medida e até encurtar determinados processos, será que estamos nos esquecendo de viver o presente e aproveitar, de forma genuína, cada encontro humano que temos tido?!
Vou deixá lo com esse questionamento e o pensamento de outra speaker, Esther Perel (Psicoterapeuta e Autora): “A tecnologia e os algoritmos estão removendo cada vez mais o atrito da vida, mas é na imperfeição das relações humanas que encontramos sentido e pertencimento.”
Afinal, a graça da vida está muito mais em participar da construção de um futuro, do que apenas tentar prevê-lo! Concorda?
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