Por que os CMOs estão no South by Southwest?
Trocas face a face, aumento de interesse por temas voltados a cultura e sociedade e amplas oportunidades do festival estão atraindo profissionais de marketing a Austin
Trocas face a face, aumento de interesse por temas voltados a cultura e sociedade e amplas oportunidades do festival estão atraindo profissionais de marketing a Austin
10 de março de 2023 - 21h52
*Por Giovana Oréfice e Roseani Rocha
(Créditos: Amanda Schnaider)
Em 2019, o South by Southwest recebeu 1.600 brasileiros – delegação que, quatro anos depois, subiu para mais de 2 mil pessoas. Dentre elas, um grupo específico chama a atenção: o dos chief marketing officers. Antes um evento que atraía o topo mais alto do escalão das empresas, os CEOs, agora dá espaço para receber aqueles responsáveis pela ponte entre empresa e população, por meio das estratégias de comunicação.
Da ampla gama de temáticas que o South by Southwest cobre, a presença dos CMOs de diversos segmentos da economia também não poderia ser diferente. Apesar das divergências dos meios pelos quais estão cruzando o continente rumo a Austin (alguns enviados pelas próprias companhias e outros a partir de recursos próprios), existem alguns pontos elencados por eles que justificam a viagem de uma área tão específica – que, hoje, perpassa pela tecnologia, cultura e pessoas.
“O SXSW é menos egóico que outros festivais. Tem um fator positivo que é uma liberdade maior, pois não fala de um nicho, não é de publicitário para publicitário”, explica Bruna Milet, CEO da Sympla, startup cujo core é a venda de ingressos e gestão de eventos. O mesmo ponto é endossado por Marina Daineze, diretora de marca e comunicação da Vivo: “Os eventos são muito nichados. Ora falam de martech, ora de marketing, ora de conteúdo. O SXSW mistura tudo”, alega.
Ainda, para Bruna, da Sympla, um dos diferenciais do festival é a espontaneidade que encontros acontecem entre desconhecidos, inclusive de diversos países, podendo significar novas oportunidades de negócios. Ligado a isso, há ainda o fator netwotking – um gerador de ideias que, embora seja passível de acontecer em eventos no Brasil, carrega uma bagagem especial pela atmosfera que o SXSW carrega consigo.
Para Cecília Alexandre, CMO da Kraft Heinz Brasil, o desejo de participar veio da necessidade de sair de trás das telas e aproveitar a volta (quase que definitiva) dos encontros presenciais, impossibilitados pela pandemia. “A vivência é sempre essencial e, mais do que tudo, ter trocas. Para poder trocar com pessoas de diferentes lugares do mundo, que estão liderando o processo de inovação e tanta disrupção é importante estar presencialmente”, explica.
O ponto de conhecer pessoas do mundo todo é um contraponto à globalização ligada apenas à revolução digital. A The Kitchen, agência in-house da Kraft Heinz, foi lançada em 2020 para acompanhar as conversas em redes sociais em tempo real sob a premissa dos dados. Em dois anos, a expansão tomou escala global, chegando na Europa, China, Brasil, entre outros. O exemplo ilustra como a tecnologia vem se encaixando e tornando-se necessárias no entendimento do consumidor atualmente.
Neste sentido, Fred Battaglia, CMO da Stellantis, comenta que um de seus interesses para o evento este ano está voltado para as questões de inteligência artificial, como o ChatGPT. Além disso, seu desejo de estar no SXSW está conectado à vontade de aprender sobre o futuro, ou encarando como ajudar a definir os próximos passos em tecnologia e comportamento – nas palavras dele, “para onde estamos indo como seres humanos”.
Um dos embates em tecnologia e sociedade tratados na grade do festival este ano é a ética referente à IA. Nisto, Battaglia se diz otimista. “Vamos precisar avançar, em paralelo à tecnologia, em tudo que tenha a ver com regulação. Colocar leis e travas para coisas menos nobres, mas permitir que a tecnologia transforme a vida de todos para melhor”. Já Alvaro Garcia, da Mondelez, recorda que a pior resposta para os embates é a proibição.
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