Como se tornar um líder em tempos de tecnologia?

12 de março de 2025 - 18h36

Este é o primeiro ano em que participo do South by Southwest (SXSW) e sempre me surpreendo com as diferentes experiências do festival. 

Liderança feminina e tecnologia são temas que me cativam muito e que estão presentes no meu dia a dia. Por esse motivo, resolvi acompanhar o painel “Redefining Leadership: Humanity in a Digital Era”. Apresentado pelas líderes femininas Deboshree Dutta (CEO e Fundadora da Criya AI), Upasna Gautam (Gerente de Produtos Sênior da CNN), Hitha Palepu (CEO da Rhoshan Pharmaceuticals) e Sonal Shah (CEO do Texas Tribune) com experiência em setores como mídia, desenvolvimento de produtos, tecnologia e saúde, os insights mostraram como equilibrar inovação, integridade e propósito para liderar com propósito, mesmo que você não esteja em posições de liderança.

Acompanhe comigo:

Liderança não é apenas cargo

Como líder que ainda está no início da jornada de liderança, percebi que liderar times é muito mais do que ocupar um cargo ou posição hierárquica. Aprendi que a liderança acontece no momento em que você se torna capaz de gerar resultados impactantes e inspiradores para outras pessoas.

Ter o título de líder não significa que você seja, de fato, um líder. Isso ocorre porque muitas vezes esquecemos de detalhes fundamentais que tornam as pessoas verdadeiros líderes de seus times. Quando assumimos a responsabilidade de guiar uma equipe, precisamos tomar decisões e gerar impacto positivo. Dessa forma, podemos dizer que nos tornamos líderes, e isso vem independentemente de cargo.   

Não é uma tarefa fácil construir credibilidade e influência, por isso, não podemos mais atrelar liderança apenas ao cargo, afinal, existe uma série de responsabilidades e ações que precisam vir junto. Como bem disse Deboshree Dutta durante o painel: “Liderança não é um destino, é uma jornada”.

Liderança humanizada em tempos de tecnologia

Não é de hoje que falamos sobre Inteligência Artificial e do quanto a automação tem facilitado o trabalho ao promover ainda mais eficiência para os times. Entretanto, ao mesmo tempo em que debatemos sobre os benefícios da tecnologia, nos questionamos sobre os desafios éticos que estão nesse pacote.

No painel, a tecnologia foi apresentada como uma forma de amplificar o potencial humano, sem substituir o pensamento crítico e capacidade de julgamento. Seu uso responsável exige muita transparência e atenção ao olhar o impacto social e cultural.

Sonal Shah compartilhou que há uma preocupação sobre o papel da IA no setor de mídia, mais precisamente na produção de conteúdo, mas garantiu que nenhum algoritmo pode substituir o trabalho humano de interpretar cenários, ouvir múltiplas perspectivas e construir narrativas contextualizadas. Segundo Upasna Gautam, a automatização das tarefas não significa abdicar da empatia e do julgamento humano. O futuro vai exigir gestores que saibam usar a tecnologia, mas que principalmente compreendam as pessoas.

Ser e agir de forma transparente se tornou essencial para uma liderança eficaz, sendo a diferença em tempos de desconfiança. Discursos prontos ou apresentações inspiradoras já não são suficientes para construir confiança, é fundamental alinhar discurso e prática, demonstrando coerência, abertura para o diálogo e disposição para ouvir as pessoas antes de tomar decisões.

Liderança acessível por meio de conexões genuínas

A liderança humanizada constrói conexões reais e é muito mais simples do que parece. O principal ponto é ser autêntico, mostrando-se presente e ativo nas conversas com as pessoas, sejam elas do seu time ou não.

O que aprendi ao longo da minha jornada profissional e tive ainda mais certeza após acompanhar esse painel é que a liderança não é sobre títulos e cargos. Ela é sobre inspiração, mudanças, relações e propósito. De nada adianta estar no topo se as atitudes de um verdadeiro líder não estão presentes em cada atitude e escolha.

Engana-se quem pensa que líderes precisam ter todas as respostas. Na verdade, líderes precisam criar ambientes onde as pessoas se sintam seguras para compartilhar suas ideias e serem quem são.