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SXSW

Comunidade: palavra-chave para marcas e creators

O poder da comunidade para as marcas e para os creators foi pauta de diversas palestras no South by Southwest 2023


13 de março de 2023 - 20h37

A palavra comunidade tem diversos significados. De acordo com o dicionário Michaelis, pode ser desde um “grupo de pessoas que vivem em comum e cujos recursos materiais pertencem a todos”, indo até “qualquer conjunto de indivíduos ligados por interesses comuns que se associam com frequência ou vivem em conjunto”. Logo, uma comunidade pode ser formada ao redor de uma marca, uma causa ou um influencer.

Esse termo conduziu a discussão de diversas palestras no South by Southwest 2023. O painel “The New Business Imperative: Building Community”, por exemplo, destacou como a comunidade é o futuro do comércio e como as marcas precisam criar experiências e produtos que ofereçam conexão humana.

Jill Manoff, editora-chefe da Glossy Media, conversou com Manish Chandra, fundador e CEO da Poshmark, sobre o poder das comunidades para as marcas (crédito: Amanda Schnaider)

“Se você olhar para o varejo em si, há muita comunidade formada em torno do varejo. Mas isso meio que se perdeu no mundo online. Então, estamos tentando trazer esse senso de comunidade de volta”, frisou Manish Chandra, fundador e CEO da Poshmark, plataforma social de compra e venda de produtos novos e usados, que conta com uma comunidade de mais de 100 milhões de pessoas.

Entender quais são as demandas dos consumidores é essencial para construir essa comunidade. “É importante saber o que o cliente quer e se adaptar a isso. E para nós, o foco era simplicidade e comunidade”, revelou o CEO. Na sua visão, quando uma marca está construindo uma parceria com seus clientes é preciso entender como estabelecer um relacionamento de décadas.

Além disso, saber onde as pessoas da sua comunidade estão também é muito importante para as marcas que desejam se aproximar de seus consumidores. “Você tem que estar onde as pessoas estão. Portanto, se as pessoas estão em sua plataforma, engajando de uma maneira específica, você precisa promover a comunidade lá. Se as pessoas estão em uma plataforma de mídia social ou de conversação, você precisa estar lá e encorajar as pessoas a se conectarem”, explicou Chandra. A Poshmark, por exemplo, começou a formar uma comunidade no Discord, lugar onde seus usuários estavam.

Propósito compartilhado

Um propósito compartilhado. Isso é o que une uma comunidade, na visão do CEO da Poshmark. “Se você pensa em criar um propósito compartilhado para a comunidade, é sobre qual é a principal coisa que a comunidade está fazendo?” No caso da Poshmark, o que a comunidade está fazendo é transformar seu guarda-roupas em conteúdo e vendê-lo.

Além de estar onde a comunidade está e encontrar um propósito compartilhado com ela, outras iniciativas podem fortalecer ainda mais esse grupo de pessoas. “Criamos eventos físicos e isso permite que a comunidade cresça e alcance diferentes espaços”, completou o executivo.

Um desses eventos é a PoshFest, uma conferência anual de moda e empreendedorismo, que reúne a comunidade para se conectar, aprender e trocar experiências pessoais. Para Chandra, a chave desses eventos é a autenticidade, visto que eles são orgânicos e crescem da própria comunidade.

Comunidade de creators

Comunidade também é a palavra-chave para criadores de conteúdo. Na verdade, a base da creator economy é a comunidade. Um creator precisa da sua comunidade para existir, tanto uma de seguidores quanto de outros creators que estejam ao seu lado para trocarem experiências.

Kaya Yurieff, repórter da The Information, moderou um painel entre Monica Khan, head de comunidade da Spotter, e os creators Coby Cotton e Kinigra Deon (crédito: Amanda Schnaider)

Durante o painel “Fueling the Creator Economy by Building Community”, ao lado dos criadores Coby Cotton e Kinigra Deon, Monica Khan, head de comunidade da Spotter – empresa que ajuda creators a escalar seus canais no YouTube, oferecendo-lhes investimento em troca da futura receita de anúncios de seus uploads – disse que ficou surpresa ao descobrir que muitos criadores de conteúdo não conversam com os outros.

Para Monica, é importante que os creators reconheçam o quanto de aprendizado pode acontecer em apenas uma conversa com seus pares ou com especialistas. “MrBeast, por exemplo, falou que no início de sua jornada, viu a oportunidade de criar uma comunidade muito pequena com outros creators, onde conversavam regularmente sobre seus aprendizados e erros, além de serem realmente vulneráveis entre si”.

Além de trabalhar com cada creator, individualmente, a Spotter, assim como a Poshmark, promovem eventos para reunir os creators em uma comunidade. “Criamos um tipo de retiro. Um evento de vários dias onde os criadores puderam ser eles mesmos uns com os outros. Aprendendo uns com os outros e se inspirando”. Para esse evento, a empresa fez uma parceria com Colin e Samir, creators conhecidos por ajudarem seus pares, que também estiveram no SXSW 2023.

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