Conexões humanas na Era Digital: o Social Health como motor da inovação

10 de março de 2025 - 18h00

O South by Southwest (SXSW) é um dos eventos mais abrangentes e influentes do mundo, reunindo discussões sobre tecnologia, mídia, comportamento, inovação e cultura. A cada edição, tendências disruptivas capturam a atenção dos participantes, especialmente nos campos da inteligência artificial, computação quântica e novas fronteiras digitais. No entanto, entre tantas conversas sobre o futuro tecnológico, um tema menos esperado, mas essencial, também ganhou destaque: a saúde social. Embora possa parecer um contraponto à digitalização acelerada, essa abordagem é, na verdade, complementar e pode redefinir o papel da tecnologia em nossas vidas.

Em um mundo cada vez mais conectado por telas e algoritmos, Kasley Killam, especialista em social health, fez um alerta importante: o futuro da saúde vai além do físico e do mental; ele passa pela qualidade das nossas conexões humanas. Se, nas últimas décadas, houve avanços expressivos em saúde pública, medicina e bem-estar físico e mental, o grande desafio do futuro será entender e valorizar a interação social como um pilar fundamental para o bem-estar.

A pesquisa de Killam aponta que a ausência de relações sociais significativas pode impactar a longevidade e até mesmo a imunidade das pessoas. De acordo com alguns dados que chamaram a atenção no evento, 20% dos adultos não têm ninguém em quem confiar para pedir ajuda. No ambiente de trabalho, um profissional que possui um melhor amigo pode ser até sete vezes mais produtivo. Esses dados são um alerta para empresas e líderes: investir em conexões humanas não é apenas uma questão de qualidade de vida, mas também de competitividade e eficiência.

No setor financeiro e de meios de pagamento, onde a inovação tecnológica é essencial para oferecer conveniência, segurança e eficiência, essa discussão se torna ainda mais relevante. Estamos constantemente focados em antecipar tendências e melhorar a experiência de clientes e consumidores por meio da digitalização. No entanto, a reflexão proposta pelo painel do SXSW nos leva a um ponto crítico: à medida que a tecnologia avança, como garantir que ela fortaleça – e não substitua – as conexões humanas?

A ironia é evidente. Hoje, milhões de pessoas interagem com assistentes de IA como amigos, parceiros ou confidentes. A tecnologia nos conecta, mas também pode nos isolar. Empresas que conseguirem equilibrar inovação tecnológica com estratégias que valorizam a saúde social terão uma vantagem competitiva nos próximos anos. Isso se aplica a todos os setores, desde meios de pagamento até educação e entretenimento.

O SXSW deste ano nos deixou um insight poderoso: o futuro não é apenas sobre o avanço tecnológico, mas sobre como utilizamos esse avanço para fortalecer nossas relações humanas. No mercado financeiro e em qualquer outra indústria, a inovação precisa ter um propósito maior: melhorar a vida das pessoas de maneira completa, e isso inclui, inevitavelmente, o fortalecimento dos laços sociais.