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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Conexões reais em um mundo automatizado

A interseção entre tecnologia e humanidade desafia-nos a repensar a convivência com robôs enquanto valorizamos as relações humanas


16 de março de 2025 - 16h00

A SXSW oferece uma vasta gama de conteúdos que provocam reflexão ao mesmo tempo em que se contradizem. Se, por um lado, há um aumento nas discussões sobre a necessidade de conexões reais, como no painel apresentado por Kasley Killam (falei mais sobre esse tema neste artigo), outros abordam a celeridade da evolução da tecnologia e da inteligência artificial, que chegam para dar mais vida e emoção, por exemplo, a robôs ou experiências digitais.

A Disney detalhou, em um de seus painéis, seu programa de aceleradoras, que existe há 10 anos. Nele, há empresas que dão vida e emoção a movimentos e vozes, fazendo com que o virtual fique mais real e mais “humano”. Em uma das palestras mais aguardadas do segundo dia, Josh D’Amaro, Chairman de Experiências da Disney, trouxe para o palco os Droids, robôs que interagem e se comportam quase como humanos. Assim como nesse conteúdo, diversas outras palestras e painéis abordaram esse encontro da tecnologia com o humano e a importância da intersecção entre as duas coisas.

De um lado, há conteúdos demonstrando que um mundo cada vez mais robotizado está se tornando uma realidade próxima, facilitando a vida das pessoas — como foi o caso da palestra de Niall Firth, do MIT Technology Review. O especialista falou sobre desde robô-táxis até os fast-learning robots, que, graças ao boom da IA generativa, são capazes de aprender tarefas cada vez mais rápido.

Do outro, conteúdos como o de Rohit Bhargava, que discutiu os segredos não óbvios para entender as pessoas e prever o futuro, ressaltam que pessoas confiam em pessoas, e não em robôs. Ou como a discussão do painel Shopping’s AI Era: Transforming the Way We Shop, que reforçou a importância das avaliações em plataformas digitais pelo mesmo motivo.

Minha reflexão até agora é que precisamos, acima de tudo, estar cientes da realidade que estamos vivendo. Ao mesmo tempo em que entramos em uma era na qual robôs e automação cada vez mais farão parte do nosso dia a dia e tornarão nossas vidas mais fáceis, também fica claro que as relações humanas não serão substituídas, pois precisamos de outros seres humanos para viver.

Ter consciência dessa situação será cada vez mais importante para lidarmos com essa aparente dualidade. Digo “aparente” porque, embora possa parecer contraditório, tendo a achar que não é. A SXSW nos provoca a conectar pontos aparentemente opostos e buscar intersecções. E, por falar em intersecções, Rohit também disse que “meaning comes from intersections”. Com certeza, veremos alguns desses significados surgindo lá na frente, quando tivermos tido mais tempo para “digerir” tudo o que a SXSW nos desafia a questionar.

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