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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Conheça os cases brasileiros no Innovation Awards

“From Smart Campus to Real Smart Cities”, do Centro Universitário Facens e “Engineering the World’s First Smart Lipstick”, do Grupo Boticário, concorrem à premiação de inovação do festival


10 de março de 2025 - 17h43

Os vencedores da 26ª edição do SXSW Innovation Awards — premiação de inovação do festival — serão anunciados na noite desta segunda-feira, 10, numa cerimônia no Ballroom D do Austin Convention Center. Ao todo, a iniciativa conta com 55 finalistas, em 11 categorias, incluindo dois cases brasileiros.

Os finalistas puderam mostrar seus projetos ao júri e ao público do festival no SXSW Innovation Awards Finalist Showcase, que aconteceu no último sábado, 8. Na ocasião, os jurados votaram para determinar o vencedor de cada categoria, assim como o campeão do prêmio Best in Show. O público também pôde votar para determinar o vencedor do prêmio People’s Choice.

brasileiros Innovation Awards

“Engineering the World’s First Smart Lipstick”, do Grupo Boticário, participa da 26ª edição do SXSW Innovation Awards (Crédito: Amanda Schnaider)

“Temos realizado estreias, competições de startups e premiações dentro do SXSW há muitos anos. A cada ano, acredito que melhoramos um pouco na organização desses aspectos do evento”, disse Hugh Forrest, chief programming officer do festival. “Nossa organização aprimorada aumenta a probabilidade de algo que seja lançado, ou ganhe reconhecimento no SXSW, tenha um impacto global”, completou.

Uma novidade na premiação este ano é o patrocínio da Latam Airlines. “Estar presente num evento como o SXSW não só reforça a imagem da marca como também o compromisso em seguir inovando”, pontuou Rodrigo Padilla, global chief brand officer do Grupo Latam.

O executivo ainda ressaltou que objetivo da companhia com o patrocínio é fornecer uma experiência VIP no dia da premiação para alguns clientes e parceiros, além de levar alguns influenciadores para cobrir o evento. Neste ano, o patrocínio será somente ao SXSW Innovation Awards, porém, Padilha não descarta uma participação maior da marca no festival em 2026.

Cases brasileiros

Além de ter maior delegação internacional de participantes no festival, o Brasil também marca presença na premiação de inovação com dois cases, de áreas de atuação diferentes, mas que jogam luz em como o País tem se destacado quando o assunto é tecnologia e inovação, mesmo diante de grandes mercados, como o norte-americano e o europeu.

Um dos cases brasileiros, que está disputando na categoria de Interface Design, é o “Engineering the World’s First Smart Lipstick”, do Grupo Boticário, em parceria com o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR). O projeto se trata de um protótipo de batom inteligente focado em pessoas com deficiência física e visual.

Ainda em fase de protótipo, a solução usa um sistema de visão computacional, combinada com inteligência artificial, para mapear o rosto da pessoa. Após distinguir os tons faciais e labiais dessa pessoa, um braço robótico faz a aplicação do batom inteligente.

Milene Haraguchi Padilha, expert de P&D do Grupo Boticário, enfatiza que a IA utilizada no projeto foi treinada para, inclusive, considerar a miscigenação do Brasil. “Geralmente, essas IAs são bastante eurocentristas, então a nossa foi desenvolvida com tom e sub tom de pele considerando a nossa miscigenação, formatos de lábios diferenciados que temos aqui, texturas e tudo isso ajuda a melhorar a aplicação do produto, a precisão do que temos ali nessa solução final”, conta.

A expert revela ainda que foram sete anos de desenvolvimento do projeto, que nasceu com o propósito de tornar a beleza mais acessível e inclusiva. “Todo o processo de desenvolvimento dessa tecnologia contou com a colaboração de pessoas com deficiência visual ou deficiência motora”, complementa.

O designer sênior da CESAR, Davi Pradines, complementa esse ponto, ressaltando que projetos de acessibilidade, sejam eles em qualquer ambiente mercadológico, são muito raros e difíceis de existir. “Estamos falando de um projeto de dimensões que transformam a vida de muita gente, e o time todo viu isso na rotina de testes, e de quanto mais disponibilizávamos parte da nossa solução, as etapas que íamos fazendo, as versões do nosso protótipo, mais víamos o impacto que isso traz”, reforça.

O outro case brasileiro que está concorrendo no SXSW Innovation Awards, mas dessa vez na categoria de Urban Experience, é o “From Smart Campus to Real Smart Cities”, projeto inovador de cidade inteligente, humana e sustentável, do Centro Universitário Facens, de Sorocaba, São Paulo.

Com início em setembro de 2014, o projeto idealizado em conjunto com o Grupo Splice, trata-se de um laboratório vivo que busca solucionar problemas reais da sociedade, utilizando os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU, como eixos transversais nos projetos, conectando a comunidade acadêmica, mercado/empresas, governo e sociedade.

“O Smart Campus Facens é um laboratório vivo de Cidades Humanas, Inteligentes e Sustentáveis, utilizando o campus do Centro Universitário Facens para estudos e implementação reais aplicáveis aos conceitos de Smart Cities”, revela a Professora Dra. Regiane Relva Romano, também diretora de cidades inteligentes do Smart Campus Facens.

O projeto possui atuação multidisciplinar e integração com demais Centros de Inovação e departamentos da Facens, a fim de criar e manter um portfólio de soluções para as cidades, complexos e conglomerados de convivência humana, como shopping centers, condomínios, clubes e outros, segundo Regiane.

Ao todo, mais de 350 projetos já foram desenvolvidos e implementados. Inclusive, segundo Regiane, diversos deles geram dados que são coletados e enviados para uma Central de Monitoramento/Dashboard, que emprega os conceitos de IoT, Inteligência Artificial, além das melhores práticas de gerenciamento de projetos.

Além de implementar o conceito de cidade inteligente em Albertina, o projeto teve impacto na cidade de Sorocaba. Em 2018, graças à parceria com a Facens, foi reconhecida em Paris como uma Fab City — modelo urbano que prestigia o desenvolvimento da produção local para transformar a cidade em autossuficiente e conectada. O projeto também ajudou a cidade de Sorocaba a ganhar os prêmios Band Cidades Excelentes em 2023 e 2024.

Em 2024, outro projeto do Brasil, da Lenovo, também em parceria com o CESAR, esteve entre os finalistas do SXSW Innovation Awards, na categoria Artificial Intelligence, mas acabou não levando o prêmio. No ano anterior, o Brasil levou para casa o People’s Choice Award, com o projeto Educbank, de São Paulo.

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