Construindo narrativas envolventes
A criação de narrativas centradas no ser humano é capaz de comunicar mais do que ideias, despertando emoções, criando pertencimento e inspirando outras ações
A criação de narrativas centradas no ser humano é capaz de comunicar mais do que ideias, despertando emoções, criando pertencimento e inspirando outras ações
14 de março de 2025 - 12h20
Encantar as pessoas por meio de narrativas tem se tornado um pilar cada vez mais frequente para marcas e líderes. O conceito de storytelling aborda a arte de contar histórias de forma envolvente, utilizando elementos narrativos como personagens, fatos, desafios e emoções que se conectam com o público.
O ato de ouvir histórias é algo que nos acompanha desde as primeiras fases da vida e da história humana em geral. Quando somos pequenos, ouvimos nossos familiares contando “historinhas” para dormirmos. Na vida adulta, esse hábito nos acompanha pelo interesse em livros e filmes, por exemplo. Por esse motivo, nos sentimos acolhidos e criamos identificação inclusive com marcas que fazem uso dessa técnica.
Em uma das sessões do South by Southwest 2025 (SXSW), a produtora e especialista em narrativa, Cheryl Miller Houser, abordou o tema “Human-Centered Storytelling: Driving Connection & Culture” e mostrou a importância de nos aproximarmos de forma significativa com o público por meio de narrativas que geram resultados em marketing, vendas, liderança, impacto social e desenvolvimento pessoal.
Uma das grandes riquezas da tecnologia é permitir que a gente converse com qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo. Entretanto, o excesso de telas e conexão virtual fez com que as pessoas se sentissem cada vez mais solitárias. A busca agora é por conexões e sensação de pertencimento a algo muito maior, mais significativo e real.
A criação de narrativas centradas no ser humano é capaz de comunicar mais do que ideias, despertando emoções, criando pertencimento e inspirando outras ações. Para Cheryl, as empresas que dominarem essa arte serão capazes de engajar colaboradores e construir marcas ainda mais sólidas, diferenciando-se das outras.
O storytelling eficaz se baseia em princípios fundamentais que promovem conexões autênticas e impactantes. Conheça os três pilares essenciais para a construção de narrativas envolventes, de acordo com Cheryl:
A base de qualquer história significativa é a empatia. A conexão genuína entre as pessoas surge quando compartilhamos emoções comuns, independentemente das diferenças individuais. Todas as pessoas desejam ser reconhecidas, ouvidas e compreendidas, e essa é a chave para enfrentar os desafios atuais.
Pesquisas indicam que a vulnerabilidade compartilhada é um fator determinante no desempenho de equipes de alto nível. Ambientes que promovem autenticidade tendem a ser mais colaborativos e criativos. No cenário corporativo, isso significa que líderes e empresas que ouvem ativamente seus colaboradores e comunicam valores autênticos, além de simples discursos institucionais, alcançam maior engajamento.
Isso impacta também as novas gerações, especialmente millennials e Gen Z, que buscam empresas alinhadas aos seus valores. No entanto, não basta apenas comunicar propósitos e diversidade, é essencial demonstrá-los na prática.
Narrativas poderosas incluem superação. Os desafios fazem parte da trajetória de qualquer profissional ou organização e compartilhá-los gera identificação e inspiração.
Estudos indicam que a satisfação gerada pela superação de desafios é maior do que a satisfação gerada pela recompensa financeira. No ambiente profissional, isso reforça a necessidade de líderes que apoiam suas equipes nos momentos difíceis, criando espaços seguros para aprendizado e crescimento.
Quando as empresas incorporam narrativas de superação em sua comunicação, seja por meio de histórias de colaboradores ou da própria jornada da organização, promovem uma cultura mais transparente e engajadora. Segundo Cheryl, histórias que abordam desafios e conquistas são absorvidas 22 vezes melhor do que informações apresentadas de maneira técnica, sendo uma ferramenta poderosa de aprendizado e motivação.
A imaginação é o que move a criatividade, inovação e capacidade de sonhar. Em um contexto de avanço da Inteligência Artificial, cresce o receio de que as máquinas substituam as pessoas. No entanto, Cheryl ressalta que a IA, desde que aplicada com sensibilidade, pode ser usada para potencializar histórias mais autênticas e profundas.
Nesse cenário, as marcas desempenham um papel essencial ao fomentar a imaginação de seus colaboradores e clientes por meio de narrativas inspiradoras. Com isso, elas podem mobilizar pessoas para promover mudanças positivas e visualizar um futuro melhor.
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