Creator economy e novas gerações na mesa de tomada de decisão

6 de março de 2025 - 17h42

Essa será a minha segunda vez no SXSW, assim como da track de creator economy. Pelo segundo ano consecutivo, o evento vai abordar o assunto, o que já demonstra que as atenções estão voltadas para esse universo. A creator economy é um mercado em ascensão, e que nesse contexto político atual, realmente impactou e até desencadeou em movimentos por conta das eleições americanas.

Neste sentido, estou indo para o evento com uma mentalidade diferente do que fui no ano passado, onde tudo era novo e até então desconhecido. Agora que estive lá e pude participar de forma presencial uma vez, posso comparar as minhas duas experiências e, principalmente, as maneiras que a creator economy será abordada nos diversos painéis ao longo dos dias.

A SXSW 2025 contará com 1.617 sessões, explorando variedade de formatos: leitura de livros (20), sessão de autógrafos (73), CLE (8), sessões em destaque (71), bate-papo (101), keynote (6), encontros (87), sessões de mentorias (517), painéis (460), pitch (9), podcasts (19), apresentações (162), mesas-redondas (9), short form (12), discursos (17) e workshops (47).

O InstitutoZ, instituto de pesquisa e capacitação das novas gerações da Trope – que é a consultoria de GenZ e Alpha da qual sou fundador -, mapeou que o evento irá contar com 19 palestras que irão abordar a Geração Z, pessoas de 15 a 29 anos. Ou seja, palestras que mencionam a geração no título ou na descrição. Já a Geração Alpha será tema central em 4 sessões.

No ano passado, tivemos apenas 9 palestras sobre Geração Z e Geração Alpha. Já em 2025, temos 20 palestras sobre Genz e Alpha, sendo 1 de Gen Alpha, 3 que unem as duas gerações e 16 de GenZ. Comparando com 2024, tivemos um crescimento de 122% de palestras relacionadas aos temas, o que reforça mais uma vez a importância que eventos como SXSW estão dando para as novas gerações e seus respectivos impactos.

Um dos painéis que estou curioso para assistir é o Curing GenZ’s Loneliness, que pretende abordar o fato de que 73% da Geração Z se sente solitária e desconectada às vezes ou sempre. O painel reunirá alguns especialistas de psicologia e ativismo social, que debaterão questões envolvendo a dinâmica de relacionamento e defesa da saúde mental para explorar as raízes complexas da desconexão e os caminhos a seguir.

Acredito que é muito importante discutirmos essa pauta, ainda mais em um evento de grande porte, à medida que as taxas de depressão e suicídio entre as novas gerações são extremamente altas e uma verdadeira preocupação de saúde pública global. Mesmo com seu lado positivo, a internet também fomenta a comparação, a falsa ilusão de vida perfeita, e influencia o isolamento e distanciamento das interações reais, e humanas.

Outro painel que me chamou bastante atenção envolve fangirling e vai trazer à tona como os fãs movem a indústria hoje em dia, sendo os grandes precursores de incentivo ao consumo. Muitas vezes, são os fãs que fazem o artista se tornar famoso e é graças a criação de conteúdo da fanbase, que se compromete e engaja, que essas pessoas conseguem viralizar e eventualmente alavancar a carreira.

Por essa razão, é tão importante estar lá para conseguir investigar alguns pontos, como a relação das novas gerações com o absurdismo, onde ninguém está conseguindo lidar com o caos que está ocorrendo de questões climáticas, políticas e macroeconômicas, e o humor pelo absurdo tem se tornado cada vez mais normal. Vi isso em Cannes em 2024 e agora tem um painel dentro do SXSW abordando a mesma pauta.

Estou animado para descobrir quais serão as tendências que podem moldar o futuro da cultura, tecnologia e comunicação. Além disso, meu maior foco estará em fazer uma cobertura e importar a minha perspectiva aqui para o Brasil, para podermos analisar se o que for apresentado em Austin se aplica, ou não, para as nossas realidades de um país continental, do sul global. O propósito é ajudar o mercado a conduzir estratégias de negócios assertivas para se conectar com os novos consumidores.