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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

E se pausar fizer parte do plano?

Pausas estruturadas ajudam os profissionais a retornar renovados, mais criativos e menos propensos ao burnout


14 de março de 2025 - 16h28

A sensação de estar sempre correndo se tornou tão familiar que nem parece um problema. Até que o corpo dá sinais, a mente falha e a exaustão se torna rotina. Dias cansativos e noites mal dormidas desgastam a saúde física e mental, até que o esgotamento se impõe. Mas o que chamamos de burnout não acontece de uma hora para outra. Ele se instala aos poucos, no ritmo das demandas crescentes e da falta de pausas. E, quando percebemos, a única saída parece ser um afastamento forçado.

Essa foi uma das questões que permearam as discussões no SXSW 2025. Temas como saúde social, abordado por Kasley Killam na abertura do festival, e a epidemia da solidão, discutida por Scott Galloway, não apenas ocupam nossa mente, mas também reforçam a necessidade de agir antes que seja tarde. Entre os caminhos possíveis apresentados ao longo da última semana em Austin, um deles se destacou: os períodos sabáticos.

Apesar de muitas vezes ser visto como um privilégio inacessível, o sabático não precisa significar largar tudo e viajar por um ano. Durante a gravação ao vivo do podcast The Happiness Lab, a Dra. Laurie Santos e DJ DiDonna, pesquisador da Harvard Business School, destacaram como períodos sabáticos planejados podem ser uma estratégia eficaz não apenas para indivíduos, mas também para empresas.

Quando incorporadas ao planejamento de carreira, pausas estruturadas ajudam os profissionais a retornar renovados, mais criativos e menos propensos ao burnout, resultando em maior retenção de talentos e melhor qualidade no trabalho entregue.

Mais do que uma pausa, um período sabático é um afastamento intencional e estruturado da rotina profissional, com o objetivo de se reconectar, aprender e crescer. Diferente de férias, que servem para descansar da rotina, o sabático tem um propósito maior: expandir horizontes. Para ser significativo, ele deve incluir experiências que rompam com o dia a dia tradicional, como viajar, estudar, desenvolver um projeto pessoal ou focar na saúde.

A nova geração já repensa sua relação com o trabalho, mas, para muitos millennials, a ideia de parar ainda parece um luxo inalcançável e um risco de ficar para trás. Mas e se o verdadeiro risco for nunca parar?

E se, em vez de esperar o esgotamento chegar, começássemos a planejar pausas ao longo da vida com a mesma intencionalidade com que estruturamos nossa trajetória profissional? Pequenos respiros estratégicos, como quem treina a capacidade de respirar fundo antes de um grande mergulho. Afinal, saber a hora de parar pode ser o que garante que possamos seguir em frente.

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