8 de março de 2024 - 10h04
Sabe aquele frio na barriga de quem vai fazer algo pela primeira vez? Existem certas coisas que, mesmo depois da estreia, ele persiste. Consiste em uma sensação paradoxal, em que o familiar e o novo se misturam gerando uma ansiedade positiva. É mais ou menos assim que me sinto para essa próxima edição do SXSW. Passados cinco anos desde que encarei esse mar de inovações pela primeira vez, retorno para Austin, com um pouco mais de experiência, mas o mesmo desejo de navegar. Embora agora o mapa já não seja um completo mistério, o tesouro desta vez promete ser ainda mais valioso.
Não é à toa que o festival é considerado o principal termômetro das tendências em tecnologia e entretenimento, além de um encontro quase que obrigatório para a comunidade criativa global. O evento promete provocar e te fazer refletir. O grande desafio é conseguir traduzir e aproximar o inspiracional adquirido para o transpiracional do dia a dia. Parece poético, e até é, mas também é a realidade para quem se dispõe a mergulhar ali.
Uma das lições mais valiosas que coletei em minha primeira experiência no SXSW foi que, em um evento deste tamanho, é preciso equilibrar pautas que me interessam profissionalmente, com as que me afetam pessoalmente, seja pelo speaker ou assunto. Encontrar um meio-termo entre o que me move e o que move o mundo. Afinal, não é sempre que você tem os maiores nomes globais da tecnologia, música, inovação e cultura reunidos numa única cidade.
No meu caso, por exemplo, o espaço sideral é um dos meus temas prediletos. Por conta disso, mapeei praticamente todos os conteúdos envolvendo a NASA, desde computação quântica até palestras sobre como eles aplicam design para divulgar as fotos e conteúdos. Muitas vezes, é a partir de conteúdos fora de sua “bolha de trabalho” que está o verdadeiro ouro. Gerando novas e diferentes inspirações e aprendizados que podem ser explorados de forma inédita no seu ofício.
Mas não podemos esquecer também das atrações imperdíveis. Amy Webb e seu olhar futurista, por exemplo, são daqueles momentos que marcam e nos fazem refletir com a sua tradicional apresentação das tendências tecnológicas emergentes. Além disso, o time de especialistas da CEO da Future Today Institute, serão responsáveis por liderar um Master Class sobre como as empresas podem navegar em cenários futuros. Outro tópico fundamental são as novidades sobre a tecnologia XR (Extended Reality), uma aposta das grandes marcas para um futuro que se tornou muito próximo após o lançamento recente do Apple Vision Pro.
Monitorar essas tendências não é apenas uma questão de curiosidade, mas uma necessidade. Principalmente para quem deseja antecipar caminhos e estratégias. As inovações, apresentadas anualmente no SXSW, chegam cada vez mais rápidas, e estar um passo à frente é essencial. Afinal, o futuro não bate à porta; ele invade, sem qualquer cerimônia.
Outro ponto fundamental é o bom e velho networking. Por mais que a tecnologia e a inovação sejam as grandes estrelas do show, os relacionamentos humanos continuam sendo o seu coração pulsante. O festival é uma oportunidade única de estreitar laços com representantes dos principais veículos e plataformas globais, discutir oportunidades e, quem sabe, até desacelerar, pelo menos um pouco, da loucura do dia a dia.
Enfim, mesmo estando prestes de ter a minha segunda experiência presencial no SXSW, posso garantir que ele é muito mais do que um evento. É uma experiência transformadora. Um ponto de encontro entre o hoje e o amanhã. E, como toda boa aventura, ela começa com um pouco de frio na barriga, uma dose de expectativa e a certeza de que, ao final, voltaremos não apenas inspirados, mas também prontos para colocar essas inspirações em prática. Todos à bordo?