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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Entre IA e inovação, a resposta ainda é humana

Apesar de todos avanços tecnológicos, das ferramentas de IA, da computação quântica ou assistentes virtuais, o mundo ainda é feito de pessoas


14 de março de 2025 - 14h28

Há sete anos não colocava os pés em Austin. De lá para cá, o mundo mudou muito. O que não é exatamente surpreendente, visto que estamos vivendo uma era em que as transformações acontecem em uma velocidade absurda.

Hoje, em Austin, os veículos autônomos, que eram apenas promessas nas palestras, circulam livremente pelas ruas. Os drones tripulados também já são realidade — há um da FlyNow por aqui. A inteligência artificial, que já era quase que onipresente nos debates, agora já faz parte organicamente do nosso dia a dia. Amy Webb ficou muito mais famosa (e imagino que mais rica também). Lembro que, naquela época, imprimi e encadernei as trends do ano para conferir depois o que realmente se concretizaria. Ainda não revisitei, mas prometo que o farei — e volto para contar.

O que me chamou atenção desta vez  foi o peso que temas como bem-estar, cultura organizacional e ambientes de trabalho saudáveis ganharam. Parece que o pêndulo começa a oscilar entre dois extremos. De um lado, a tecnologia avança em ritmo frenético: um fluxo de informações avassalador, redes sociais que entretêm, mas também angustiam e geram impactos irreparáveis na juventude. A incerteza sobre o futuro nos inquieta e nos desafia a encontrar um equilíbrio.

Por outro lado, cresce a necessidade de estabilidade. O pêndulo oscila na direção contrária, trazendo luz para uma vida mais saudável, um mundo mais humano, um ambiente que favoreça a saúde mental e a saúde social, como bem disse a autora Kasley Killam na sessão de abertura do evento.

Minha percepção sobre o evento é que, no fim, há algo que não mudou desde 2018— e nunca mudará. Apesar de todos avanços tecnológicos, das ferramentas de IA, da computação quântica ou assistentes virtuais, o mundo ainda é feito de pessoas.
Pasmem! Ainda há pessoas andando pelas ruas de Austin, sentadas em auditórios, dividindo mesas em restaurantes. Interagindo! Temos pessoas que trabalham ao nosso lado, que sentem, amam, choram e precisam, mais do que nunca, se relacionar. É isso que devemos lembrar. Com IA, sem IA. Com robôs, sem robôs. No centro de tudo, sempre estarão as pessoas. E precisamos cuidar delas — e de nós mesmos, é claro!
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