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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Equilíbrio entre real e virtual: preparando as crianças para o futuro sem perder o presente

Como plataformas e ferramentas online podem estimular a criatividade e o aprendizado das novas gerações sem causar desconexão social


11 de março de 2025 - 18h32

Estar em Austin nesses dias de evento realmente trouxe insights e reflexões que perpetuam as mentes de quem está olhando para o presente, e mais do que isso, para o futuro. O que será que conseguimos controlar agora e como isso terá impacto no amanhã? Quando tratamos disso, é inevitável não pensar no processo de desenvolvimento das crianças com a tecnologia, especialmente como a internet e os dispositivos digitais se tornaram parte integrante da vida delas. Temos real controle disso? A resposta é complexa. Mas, deveríamos ter, pelo menos, um olhar atento.

Atualmente é inegável a importância do mundo virtual para a educação, entretenimento e socialização. Porém, achar o equilíbrio disso ainda é um tema delicado. A imersão excessiva no mundo virtual traz diversos riscos como o isolamento social, aumentando em cadeia essa dependência tecnológica e resultando na perda de conexão com o mundo real. A pandemia já nos trouxe dados e experiências sobre o impacto na saúde social das crianças para o futuro. E, agora, conseguimos ainda mais trabalhar para não trazer essa desconexão.

A saída não é proibir, afinal, isso já não é mais uma realidade. É necessário equilibrar o acesso ao virtual com experiências reais, preparando as crianças para navegar entre elas, utilizando ferramentas digitais de forma consciente e produtiva, sem abrir mão da interação humana. Os aplicativos e ferramentas podem ajudar na aprendizagem, com a tecnologia sendo uma aliada no processo, com apps educativos e recursos de realidade aumentada que estimulam a criatividade e o conhecimento. Um exemplo foi o que assisti na startup pitch room no SXSW, a Vobble, direcionado ao público infantil, que conta com conteúdos como histórias, podcast, games e shows num device exclusivamente de áudio, quase que um brinquedo. Segundo a empresa, as crianças, ao ouvirem conteúdo de outras crianças, recebem uma camada adicional de identificação, tornando a experiência ainda mais atraente, o que mantém as crianças ativas, distantes das telas.

É estimulante ver como empresas e startups estão trabalhando na contramão para auxiliar alguns comportamentos online que podem ser prejudiciais. E me reconheci muito nesse tópico, como pai e como representante de uma grande empresa na área da tecnologia que também acredita nisso, em que estou acompanhando e participando de perto de discussões e desenvolvendo recursos para trazer as crianças para o mundo real, estimulando-as a buscar na plataforma, em períodos adequados para isso, diversas inspirações diariamente para colocarem em prática a vida que amam. 

A palestra de Scott Galloway também trouxe insights sobre como a IA pode impactar socialmente as nossas vidas, e, se não usada da forma equilibrada, pode contribuir para o isolamento social, especialmente das crianças, que podem se acostumar a interagir apenas com assistentes virtuais e algoritmos. Inclusive, vemos casos reais atuais que mostram o que essa popularidade dos relacionamentos digitais e das companhias geradas por IA pode ocasionar. 

Por isso, o equilíbrio entre o real e o virtual é essencial para o desenvolvimento integral das crianças, mantendo a interação humana e o diálogo, evitando que a tecnologia substitua essas relações reais. E, claro, também é importante reforçar que essa tarefa de estímulo de convívio social é de responsabilidade tanto dos pais, educadores, das empresas e plataformas e também da sociedade como um todo, para promover um uso consciente da tecnologia. É necessário preparar as crianças para um futuro tecnológico sem perder de vista os valores humanos. A tecnologia deve ser uma ponte para conectar pessoas, e não um muro que as isola. A caminhada é complexa e contínua, e estaremos dispostos e comprometidos para o melhor desenvolvimento disso.

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