Greg Brockman e o futuro das IA Generativas
Criador do ChatGPT conta no SXSW sobre as ferramentas terem a capacidade de ampliar a habilidade humana, mas requerem confiança para serem usadas com segurança
Criador do ChatGPT conta no SXSW sobre as ferramentas terem a capacidade de ampliar a habilidade humana, mas requerem confiança para serem usadas com segurança
14 de março de 2023 - 8h59
Greg Brockman, cofundador e presidente da OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, participou de um dos painéis mais esperados pelo público do South by Southwest 2023, que está acontecendo nesta semana em Austin, Texas.
A conversa, conduzida pela jornalista Laurie Segall, abordou as questões éticas e perspectivas de futuro do uso da inteligência artificial generativa. Brockman compartilhou sua história como empreendedor e falou sobre futuro, mas foi um pouco evasivo em determinadas perguntas.
Acompanhei o painel e, a seguir, trago a minha visão sobre os principais pontos de reflexão que considero super-relevantes para qualquer profissional que queira entender o cenário atual e futuro da IA nos negócios e na sociedade.
Acesso e democratização
O ChatGPT é considerado um “killer app”. Em pouco tempo, conquistou mais de 100 milhões de usuários, mas é um killer app, não porque não é uma tecnologia nova, mas sim porque é uma interface simples e acessível que democratizou o acesso à inteligência artificial.
A escala e a operacionalização são as duas peças fundamentais para tornar a tecnologia útil e prática. O fundamental aqui é a curva exponencial, que acumula valor à medida que a tecnologia é aprimorada e usada em vários modelos e linguagens. A inteligência artificial é uma tecnologia que pode ser usada em todos os campos da vida, desde negócios até entretenimento e experiências interativas.
Para Greg, o objetivo do ChatGPT é informar as pessoas e tornar a inteligência artificial acessível e útil para todos.
Vale ressaltar ainda que o foco não é o app ChatGPT em si, mas sim a plataforma para utilização de inteligência artificial para diversas aplicações.
Senso de urgência
O que fez a Open AI sair na frente e lançar o ChatGPT antes de outras gigantes tecnológicas foi o seu senso de urgência.
Para que a inteligência artificial seja usada de forma ética e responsável, é importante que a sociedade se adapte e que os formuladores de políticas públicas estejam envolvidos nas conversas. A regulação é transversal. Todos os setores precisam entender e estar inseridos na discussão.
O ChatGPT é usado por pessoas de diferentes áreas para melhorar seus textos, o que mostra como a inteligência artificial pode ampliar o que os humanos podem fazer. No entanto, é importante lembrar que a inteligência artificial não é perfeita e requer confiança para ser usada com segurança. “Queremos construir confiança. É a dor de aprender. Temos um time que olha para esses problemas e estamos tentando tornar a ferramenta mais confiável”.
As pessoas por trás do código
Brockman confessou que ainda não são rápidos o suficiente para resolverem os vieses no ChatGPT, mas que tem consciência que é preciso mais diversidade por trás dos códigos. “Assumimos que há muito a ser melhorado, como retirar os vieses do chatbot e a possibilidade de descentralizar cada vez mais nossa IA para que ela seja amparada em todo um ecossistema ancorado, principalmente, na comunidade”.
O conteúdo não é mais “estático”, de forma que você não consiga mais interagir com ele. Estamos claramente nos movendo para um mundo onde ele é “vivo”. Você pode conversar e interagir com ele, criando possibilidades de apoiá-lo.
Brockman afirmou várias vezes que a missão da OpenAI é “criar uma IA avançada de forma segura e benéfica para a humanidade”.
Segundo ele, a humanidade é o stakeholder mais importante quando se trata de inteligência artificial. E medir o impacto da tecnologia na sociedade é crucial para garantir que ela seja usada de forma benéfica. O principal erro que pode ocorrer é, justamente, não entender os humanos.
“Nós estamos criando, praticamente, um novo tipo de internet ou algo muito similar a isso”. A respeito do futuro da inteligência artificial, ele acredita que a tecnologia será capaz de prever muitas coisas, inclusive o que os humanos querem e precisam. Ele acredita que a inteligência artificial será uma tecnologia tão presente quanto o celular e que ela irá transformar todos os campos de nossa vida. Brockman afirmou que é esse é o projeto mais importante, esperançoso e assustador da história humana. Para construir uma relação homem-máquina saudável, ele entende que o mais importante será dominar habilidades de alto nível, além de julgar e saber quando se aprofundar nos detalhes.
Quando perguntado sobre a coisa mais interessante que a IA pode fazer, ele foi rápido na resposta: fazer nossos sonhos virarem realidade e ampliar as habilidades humanas. E sobre o mundo com IA em 2050? Inimaginável! A única certeza é que seu crescimento é exponencial.
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