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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Hugh Forrest, do SXSW: “Nosso norte é o poder da criatividade humana”

Presidente e chief programming officer do SXSW comenta reforma no Austin Convention Center e estratégias de expansão da marca


5 de março de 2025 - 6h00

Inteligência artificial, criatividade humana e conexões presenciais. Esses serão os três temas principais que devem compor a pauta do South by Southwest (SXSW) deste ano, na visão do presidente e chief programming officer do evento, Hugh Forrest.

Em sua fala de abertura, Hugh Forrest sublinhará a importância de eventos que unem diferentes comunidades criativas (Crédito: Isabella Lessa)

Indo para sua 39ª edição, o SXSW começa nesta sexta-feira, 7, e se estende até 15 de março. No ano passado, o evento reuniu 228 mil pessoas na cidade de Austin, no Texas. Porém, o festival busca conquistar outros territórios.

Este ano, a organização realiza sua segunda edição em Sydney e a primeira em Londres, marcada para junho. O plano da empresa é continuar a expansão internacional a longo prazo. Forrest não descarta a criação de um evento proprietário no Brasil, mas também não confirma. “O SXSW ama o Brasil e estamos muito animados com as possibilidades de longo prazo de nossa marca em seu país incrível”, diz.

Já em 2026, o SXSW de Austin deve viver grandes alterações, uma vez que o Austin Convention Center, local onde são realizados os maiores painéis e exposições do evento, inicia uma reforma que durará quatro anos. A demolição do espaço terá início em abril deste ano. O novo Austin Convention Center terá quase o dobro do tamanho do original e segue uma proposta mais acessível, aberta e sustentável. O projeto terá um investimento de US$ 1,6 bilhão.

Para o executivo, esse será um momento de reinvenção massiva. “O SXSW será muito diferente em março de 2026 sem o Austin Convention Center. Mas a ausência do Austin Convention Center nos dará ainda mais oportunidades de reinventar a experiência. Pessoalmente, estou muito, muito animado com essas oportunidades de reinvenção massiva – porque reinvenção massiva é algo que somos muito bons em fazer e porque reinvenção massiva é o que nossa comunidade ama no SXSW”, declara.

Ao Meio & Mensagem, Forrest compartilhou sua interpretação do festival deste ano e perspectivas para o futuro da marca.

Meio & Mensagem — Quais são os principais temas da programação do SXSW deste ano?
Hugh Forrest — Um dos maiores/mais prevalentes temas para 2025 é a inteligência artificial. Não só temos uma trilha de IA, 9 a 13 de março, mas também temos sessões relacionadas à IA espalhadas pelas outras 22 trilhas. Temos 132 sessões que aparecem quando você pesquisa a tag IA. Muitas dessas 132 sessões são informativas – ou seja, como você pode integrar a IA ao seu negócio. Mas muitas são mais filosóficas – ou seja, como humanos e softwares cada vez mais sofisticados podem viver em harmonia, em vez de conflito. Mas, por mais importante que a IA seja no SXSW 2025, estou bastante confiante de que o tema da criatividade humana mais uma vez chegará ao topo no evento deste ano. Outro tema que chegará ao topo é o poder das conexões presenciais. Eventos como o SXSW lembram o quão importante, poderoso e impactante é quando você reúne pessoas criativas de diferentes comunidades na vida real. Essa é uma das tecnologias mais antigas que temos como espécie – e ainda é uma das tecnologias mais poderosas que temos.

M&M — Em 2021, o SXSW foi adquirido pela Penske Media. Quais mudanças a nova dona implementou?
Forrest – A Penske nos ajudou a ficar muito mais organizados em muitos de nossos processos e práticas de negócios. Em outras palavras, eles ajudaram a trazer um nível de maturidade para a organização que provavelmente precisávamos. Portanto, a presença deles nos ajudou muito.

M&M – Como você está construindo a marca do SXSW London e do SXSW Sydney? Como eles irão se diferenciar do SXSW de Austin?
Forrest — Para Sydney e Londres terem sucesso, esses dois eventos não podem ser uma duplicação do que fazemos em Austin. Em vez disso, esses dois eventos precisam enfatizar os aspectos da criatividade que são únicos para suas comunidades locais.

M&M – Desde o controle da pandemia, muitos eventos começaram a inundar a programação. Como o SXSW navega por uma possível “fadiga de festivais”?
Forrest – A concorrência no espaço de eventos é bastante acirrada, porque existem muitos eventos ótimos por aí. Dito isso, o SXSW é único em termos de mistura de tantas comunidades criativas diferentes de tantos lugares diferentes. O sabor único dessa mistura ajuda a proporcionar uma experiência inesquecível para muitos participantes.

M&M — O SXSW ainda é um lugar que encanta pessoas de todo o mundo. Qual é a fórmula para seu encanto e desejo? Como você o mantém fresco a cada ano?
Forrest – Nosso objetivo é reunir os pensadores mais criativos de todas as diferentes indústrias de todo o mundo. Essa fórmula é enganosamente fácil e enganosamente difícil.

M&M — Ao mesmo tempo, muitos participantes que vão ao SXSW há muito tempo argumentam que o evento não prevê mais o futuro como antes, está muito lotado, tornou-se mais corporativo (como Austin) e que há menos grandes nomes na programação. Como você vê essas críticas? Essas mudanças foram intencionais?
Forrest – Os críticos que dizem que é mais difícil encontrar inovação de ponta no SXSW agora (em comparação com 10 ou 15 anos atrás) às vezes estão certos. Mas se você vier ao evento com a mente aberta e o desejo de descobrir coisas novas, acho que a experiência do SXSW nunca foi tão poderosa como é agora.

M&M — O que você prepara para o futuro do SXSW?
Forrest — Se quisermos permanecer relevantes, o SXSW terá que continuar a evoluir no futuro de curto e longo prazo. E também temos que permanecer fiéis à Estrela do Norte que guiou nosso caminho por mais de 35 anos. Essa Estrela do Norte é o poder da criatividade humana.

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