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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Humanidade em tempo de Inteligência Artificial

Será necessário, no meio do dia a dia acelerado, parar, respirar, e pensar em como administrar todos os avanços tecnológicos de forma saudável


9 de março de 2024 - 19h46

O SXSW começou de forma intensa neste 8 de março, Dia Internacional das Mulheres. Entre tantas opções, uma das palestras que assisti foi “The Science & Craft of Storytelling: How to Make People Care”, que me fez pensar em como estamos tratando humanização em tempo de Inteligência Artificial.

Desde que começamos a falar – e ver na prática – a inteligência artificial aplicada, tanto em comerciais, pós-produção de filmes e séries, até na substituição de pessoas e vozes, cresce o desejo de ver estas tecnologias cada vez mais humanizadas.

Mesmo que IA pareça bastante avançada, ainda é uma técnica recente e que vai ser muito aprimorada com o passar dos anos. Mas uma coisa é certa, uma das grandes intenções é fazer com que essa tecnologia se assemelhe não só às características físicas humanas, como apresente sentimentos com os quais possamos nos relacionar e despertar empatia.

Mas, como isso será possível, visto que mesmo as pessoas estão cada vez mais distantes dessa “humanização” tão almejada.

As marcas buscam se conectar cada vez mais às pessoas criando narrativas dominadas por storytelling envolventes. Porém, quando nos observamos, são raros os momentos em que de fato ouvimos ou prestamos atenção uns aos outros. Em tempos de áudios acelerados e múltiplas tarefas simultâneas, fica a pergunta: Como conseguir, então, despertar sentimentos genuínos nesta geração acelerada através das histórias que queremos contar?

Depois desta palestra, ainda com a mente fervilhando, me encaminhei para o debate com a presença de Meghan Markle, “Quebrando barreiras, moldando narrativas: como as mulheres lideram tanto dentro e fora da tela”. Lá, a ouvi comentar como ainda é necessário coragem para as transformações que estão por vir, e como a falta de humanização nesse mundo atual ainda é latente.

Vivemos um momento em que somos impactados por informações vindas de todos os lados, pelo whatsapp, redes sociais, jornais físicos, telejornais, colegas de trabalho, familiares, vizinhos… são tantas as fontes e tantos assuntos, que nos pegamos exaustos em poucos minutos. Nosso cérebro evoluiu muito até chegarmos onde estamos, mas, não a ponto de conseguirmos administrar tantas notícias em tão pouco tempo. Esse excesso de informações, de interações, são prejudiciais até para as crianças, que estão se formando agora. Não sabemos o quanto tudo isso pode impactar na saúde mental dessas crianças que em breve serão adultos.

Será necessário, no meio do dia a dia acelerado, parar, respirar, e pensar em como administrar todos os avanços tecnológicos de forma saudável. O que será necessário para voltarmos a nos enxergar e ouvir como pessoas? Como reconquistar uma humanização tão perdida que a transformou em algo tão valioso – para pessoas e empresas?

Precisamos colocar em uma balança o peso exato de tecnologia e nossos valores primordiais, para, então, chegarmos a uma dosagem perfeita.

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