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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Intimidade Artificial: a nova IA do mundo atual

O conteúdo nos guiou sobre como o avanço dessa tecnologia resultou em uma nova feature do mundo atual, uma nova IA, a Intimidade Artificial


14 de março de 2023 - 10h02

Crédito: phonlamai-photo/shutterstock

Aprendi com a Amy Webb que é necessário ter foco para se aprofundar em algumas poucas tendências, e traçar as correlações necessárias com outras novidades para então conseguirmos entender seu impacto real em nossa realidade. Não vou me propor a fazer um resumo do que vimos e vivemos. Vou focar no ponto que mais me tocou até agora e que acho podermos facilmente relacionar com nossas realidades: Intimidade Artificial.

Eu sou fã da Esther Perel e trocar seu podcast por uma experiência sensorial completa ao vivo e em cores per se já me trouxe uma felicidade instantânea. Ela começou falando do que permeia quase todas as outras palestras, Inteligência Artificial. O conteúdo nos guiou sobre como o avanço dessa tecnologia resultou em uma nova feature do mundo atual, uma nova IA, a Intimidade Artificial.

E me tocou profundamente o fato de que, enquanto ainda somos meros conhecidos da Inteligência Artificial, somos grandes conhecedores da Intimidade Artificial, mesmo sem termos consciência desse termo até agora. O espaço que a tecnologia tem ganhado em nossas vidas supre algumas necessidades de interação no mundo físico e vamos aos poucos suprimindo comportamentos intimistas mesmo com quem está a nossa volta.

Passamos o dia trabalhando no Teams, corremos para acabar nossas tarefas e desligar o notebook o mais cedo possível. É a hora de ligar o Netflix e scroll no Instagram. O que impressiona é que essa rotina nos acompanha mesmo quando estamos dividindo o sofá com a pessoa com quem escolhemos passar a vida juntos, e não é novidade ela estar distante também com seu device na mão.

A Intimidade Artificial é alimentada pela era das ferramentas de assistência. Atualmente temos recursos para escrever textos, para nos lembrar de tarefas e até executá-las por nós mesmos. A ideia é reduzir os trabalhos que não queremos fazer para termos um tempo maior para aqueles que nos agradam mais.

John Maeda, VP de design e AI da Microsoft, fez uma analogia a respeito disso, sobre passarmos menos tempo lavando roupa e ganharmos tempo para comer cookies. Mas a verdade é que reduzir a fricção das nossas vidas reduz também momentos de emoção, momentos de dificuldades seguidos de conquistas. E isso nos leva a uma vida mais simples, e não necessariamente mais feliz, mais gratificante.

Por fim, levamos esse mesmo pensamento de reduzir a fricção para nossas relações, na vida pessoal e também profissional. Evitamos ao máximo conflitos. No lugar de conversas honestas e muitas vezes difíceis, escolhemos um caminho de “harmonia artificial”, termo que também aprendi aqui no SXSW com Amy Gallo, autora do livro How to Work with Anyone (Even Difficult People).

E falando sobre artificialidades, seja no âmbito da intimidade ou da harmonia, no pavilhão de exposição do festival, conheci a Loona, uma pet robot. Isso mesmo, um robô que simula a interação que temos com nossos pets e que nos festeja quando chegamos em casa (desde que a gente tenha deixado ele carregando o tempo necessário, rs).

Para mim, a Loona materializa tudo o que Esther falou sobre as relações nos tempos atuais. Hoje vesti meu casaco preto para sair e vi um pelo bege da Vicky, minha nada robot pet e fiquei feliz de lembrar das relações reais que ainda cultivamos.

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