Intimidade Artificial: a nova IA do mundo atual
O conteúdo nos guiou sobre como o avanço dessa tecnologia resultou em uma nova feature do mundo atual, uma nova IA, a Intimidade Artificial
O conteúdo nos guiou sobre como o avanço dessa tecnologia resultou em uma nova feature do mundo atual, uma nova IA, a Intimidade Artificial
14 de março de 2023 - 10h02
Aprendi com a Amy Webb que é necessário ter foco para se aprofundar em algumas poucas tendências, e traçar as correlações necessárias com outras novidades para então conseguirmos entender seu impacto real em nossa realidade. Não vou me propor a fazer um resumo do que vimos e vivemos. Vou focar no ponto que mais me tocou até agora e que acho podermos facilmente relacionar com nossas realidades: Intimidade Artificial.
Eu sou fã da Esther Perel e trocar seu podcast por uma experiência sensorial completa ao vivo e em cores per se já me trouxe uma felicidade instantânea. Ela começou falando do que permeia quase todas as outras palestras, Inteligência Artificial. O conteúdo nos guiou sobre como o avanço dessa tecnologia resultou em uma nova feature do mundo atual, uma nova IA, a Intimidade Artificial.
E me tocou profundamente o fato de que, enquanto ainda somos meros conhecidos da Inteligência Artificial, somos grandes conhecedores da Intimidade Artificial, mesmo sem termos consciência desse termo até agora. O espaço que a tecnologia tem ganhado em nossas vidas supre algumas necessidades de interação no mundo físico e vamos aos poucos suprimindo comportamentos intimistas mesmo com quem está a nossa volta.
Passamos o dia trabalhando no Teams, corremos para acabar nossas tarefas e desligar o notebook o mais cedo possível. É a hora de ligar o Netflix e scroll no Instagram. O que impressiona é que essa rotina nos acompanha mesmo quando estamos dividindo o sofá com a pessoa com quem escolhemos passar a vida juntos, e não é novidade ela estar distante também com seu device na mão.
A Intimidade Artificial é alimentada pela era das ferramentas de assistência. Atualmente temos recursos para escrever textos, para nos lembrar de tarefas e até executá-las por nós mesmos. A ideia é reduzir os trabalhos que não queremos fazer para termos um tempo maior para aqueles que nos agradam mais.
John Maeda, VP de design e AI da Microsoft, fez uma analogia a respeito disso, sobre passarmos menos tempo lavando roupa e ganharmos tempo para comer cookies. Mas a verdade é que reduzir a fricção das nossas vidas reduz também momentos de emoção, momentos de dificuldades seguidos de conquistas. E isso nos leva a uma vida mais simples, e não necessariamente mais feliz, mais gratificante.
Por fim, levamos esse mesmo pensamento de reduzir a fricção para nossas relações, na vida pessoal e também profissional. Evitamos ao máximo conflitos. No lugar de conversas honestas e muitas vezes difíceis, escolhemos um caminho de “harmonia artificial”, termo que também aprendi aqui no SXSW com Amy Gallo, autora do livro How to Work with Anyone (Even Difficult People).
E falando sobre artificialidades, seja no âmbito da intimidade ou da harmonia, no pavilhão de exposição do festival, conheci a Loona, uma pet robot. Isso mesmo, um robô que simula a interação que temos com nossos pets e que nos festeja quando chegamos em casa (desde que a gente tenha deixado ele carregando o tempo necessário, rs).
Para mim, a Loona materializa tudo o que Esther falou sobre as relações nos tempos atuais. Hoje vesti meu casaco preto para sair e vi um pelo bege da Vicky, minha nada robot pet e fiquei feliz de lembrar das relações reais que ainda cultivamos.
Compartilhe
Veja também
SXSW confirma Arvind Krishna, CEO da IBM, como primeiro keynote
Além do executivo da big tech, festival confirma nomes já veteranos da programação, como Amy Gallo e Rohit Bhargva
SXSW 2025 anuncia mais de 450 sessões
Pertencimento e conexão humana estão entre os principais temas da programação do evento, que conta com 23 trilhas de conteúdo