Intimidade artificial, ética e credibilidade

14 de março de 2023 - 10h23

Uma das coisas mais legais do SXSW é acompanhar painéis distintos e descobrir o que existe em comum entre as pautas. Uma mistura de discussões sobre comportamento, novas tecnologias, política, economia, tudo junto e misturado.

Ainda mais em um fim de semana em que, por coincidência, estamos vendo a quebra de um dos mais icônicos bancos do Vale do Silício, o SVB (Silicon Valley Bank), responsável por boa parte do dinheiro das startups e empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

O painel da Esther Perel, psicoterapeuta e podcaster, chamou a atenção por trazer uma discussão atual por trás de toda a tecnologia que não para de emergir.

A inteligência artificial novamente foi pauta, mas dessa vez não como herói. Os algoritmos que nos recomendam e nos ajudam a escolher quase tudo o que consumimos têm um papel questionável quando se trata das relações pessoais.

Nossa dependência pelo celular faz com que estejamos fisicamente pertos, mas com a atenção em outro lugar, criando uma sensação de intimidade artificial, prejudicando os relacionamentos e gerando distanciamento entre as pessoas.

A busca pela perfeição, a forma como as pessoas performam diante das redes sociais e o impacto na saúde mental foram assuntos também na conversa com Kevin Systrom, um dos fundadores do Instagram. Com a moderação da jornalista especializada em internet, Kara Swisher, a conversa abordou a situação atual das redes, o impacto da publicidade no feed, a qualidade da informação e, principalmente, as fontes que alimentam todo esse ecossistema.

Kevin está lançando um novo app chamado Artifact, um feed de notícias personalizado, que vai usar a inteligência artificial para entender seus interesses, criar um feed de artigos personalizados e, no futuro, gerar discussões entre grupos e amigos.

O objetivo é criar uma rede com credibilidade e independência, capaz de informar com isenção e ética.

Mas esse não foi o plano original de todas as outras redes?