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De 7 a 15 de março de 2025 I Austin - EUA
SXSW

Lars Ulrich destaca compromisso do Metallica em se aproximar dos fãs

Ao lado do baterista do Metallica, diretor criativo global da Apple Music, Zane Lowe, anunciou lançamento de experiência imersiva com a banda no Apple Vision Pro


11 de março de 2025 - 21h58

A conexão do Metallica com os fãs, que sempre foi muito forte, está prestes a ganhar uma nova camada. A partir da sexta-feira, 14, fãs da banda que tenham um Apple Vision Pro – headset de realidade mista (MR) da Apple – terão acesso, de forma gratuita, a uma experiência imersiva num show do Metallica.

Intitulada “Apple Immersive concert experience”, a iniciativa, com duração de 26 minutos, foi gravada na Cidade do México, no final do segundo ano da M72 World Tour, no final do ano passado. No pocket show, a banda apresenta três músicas: Whiplash, One e Enter Sandman. Confira um teaser abaixo:

Para capturar todos os ângulos e chegar no resultado esperado com a experiência, a Apple construiu um palco personalizado com 12 câmeras Apple Immersive Video, entre elas algumas com estabilizadores, algumas suspensas por cabos, além de sistemas dolly de câmera controlados remotamente se movendo pelo palco. “São as câmeras mais imersivas que já capturaram uma performance”, afirmou diretor criativo global da Apple Music e âncora do Apple Music 1, Zane Lowe.

Apple Immersive Video é um formato de vídeo 3D em 180 graus que utiliza áudio espacial para criar experiências imersivas, com o objetivo de colocar o espectador no centro da ação.

“É meio arrebatador. Quase surreal. Até hoje, fico meio autoconsciente, pensando: ‘Será que sou eu mesmo? Será que é assim que pareço quando toco bateria? Por que essa língua para fora e todas aquelas caretas bobas?’”, brincou Lars Ulrich, baterista do Metallica, ao contar como foi a experiência para ele no palco do South by Southwest (SXSW).

Lars Ulrich SXSW

Lars Ulrich, baterista do Metallica, conta ao âncora do Apple Music 1, Zane Lowe, como a banda cria experiências para se aproximar dos fãs (Crédito: Amanda Schnaider)

Cada vez mais próximo do público

A iniciativa faz parte de um esforço constante do Metallica em inovar, utilizando novas tecnologias para criar experiências ainda mais próximas de seus fãs. Essa vontade de se aproximar dos fãs vem desde a fundação da banda em 1981, por Ulrich e James Hetfield, guitarrista e vocalista do Metallica.

Na verdade, Ulrich disse que o desejo desse aproximar dos fãs veio de antes da criação do Metallica. Ele revelou que cresceu indo a shows de rock com seu pai e que, inclusive, frequentava os bastidores de bandas como Iron Maiden e Motörhead. “Eu acabava nos backstages, passando tempo com as bandas ou encontrando com elas fora dos locais dos shows e, sabe, conseguindo um tempo com elas, ou pegando autógrafos”.

Segundo o baterista, as bandas que inspiraram a formação o Metallica foram aquelas que tinham as portas mais abertas nesse sentido.

Na visão de Ulrich, o movimento punk foi um dos responsáveis promover essa proximidade maior entre os fãs e as bandas. “O movimento punk em si foi meio que uma resposta ou um ‘dedo do meio’ para todas as bandas de rock dos anos 70 e o quão distantes da realidade elas estavam e o quão afastadas de seus públicos”, alfinetou.

Snake pit

Ao longo do papo com Lowe, o baterista abordou a evolução das experiências das apresentações ao vivo do Metallica. Ulrich, inclusive, revelou a origem da inspiração para o “Snake pit”, área criada no centro do palco exclusiva para que um grupo seleto de fãs possa ver o show de pertinho.

A ideia surgiu de um dos empresários da banda, durante a turnê do álbum Black, há cerca 30 anos, que enfatizou, à época, que o melhor lugar em um restaurante era dentro da cozinha. Foi assim que resolveram implementar a ideia nos shows do Metallica. “E nós levamos esse conceito basicamente por mais de três décadas. E em todas as turnês em arena que fizemos desde então, tocamos em 360 graus”, reforçou.

O palco da mais recente turnê do Metallica também tem um design diferente do convencional. Segundo Ulrich, eles o chamam de “rosquinha”, justamente porque tem um formato parecido com o doce, com uma versão do Snake Pit, com espaço para 1.200 fãs dentro. “É super divertido como músico estar no palco e realmente sentir que não há lugar para se esconder e você está totalmente dentro disso”, ressaltou.

Setflists diferentes

Outra inovação dos shows do Metallica é que a setflist, ou seja, a lista de músicas nunca é a mesma de uma apresentação para a outra. Inclusive, em 2014, a banda promoveu uma turnê na qual os fãs puderam escolher músicas para serem incluídas nos shows. A turnê passou pelo Brasil. “Apenas mudar as setlists todas as noites mantém os fãs adivinhando, e também mantém nos adivinhando até certo ponto”, comentou.

Naquele momento, o baterista do Metallica, de fato, quebrou a quarta parede – nome dado ao seu painel no SXSW – quando uma fã na plateia pediu uma música para Ulrich. “No Leaf Clover em Toronto”, gritou. O baterista, então, disse que gostava da música e pediu para a produção anotar o pedido.

Ultrapassando os limites

Durante a conversa, Lowe também destacou a abordagem pioneira do Metallica ao usar drones para filmar shows fechados, assim como e, criar experiências imersivas para os fãs, inclusive no universo dos games, com parcerias com marcas, Fortnite, Vans e Dr. Martens.

“É sobre sempre ultrapassar os limites e fazer acontecer cada oportunidade criativa, para ver o que ver quais oportunidades existem e o que pode dar certo e o que não pode”, destacou. “Sempre foi sobre tentar aproximar o maior número de pessoas possível”.

Olhando para o futuro, Ulrich pareceu entusiasmado com as inovações tecnológicas musicais, ao mesmo tempo em que enfatizou a importância de manter uma forte conexão com os fãs.

Por falar de conexão com os fãs, vale ressaltar que em 2009, quando estava no SXSW para o lançamento do jogo Guitar Hero: Metallica, a banda promoveu um show intimista de surpresa num bar de Austin chamado Stubb’s.

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